OPINIÃO: 'DÁ NO QUE DEU'. E MAIS: CANDIDATURA DE FERNANDO CARVALHO NO PT DO B CORRE RISCO

De ano para ano, sobem os juros, cresce a inflação, aumenta o preço da cesta básica e as despesas do orçamento de cada um de nós arrocham mais e mais o cinto já tão apertado. A administração pública, via de regra pouco parcimoniosa na torração do erário (em todas as esferas), também enfrenta apertos. A esperança do trabalhador para poder dar uma respirada é o minguado aumento anual dos seus vencimentos. A folga dos governantes é o crescimento da arrecadação e, no caso de estados e municípios, de uma engordada no volume dos repasses da gulosa União.

A Paraíba, no entanto, um dos mais pobres estados da Federação, recebeu esta semana uma péssima notícia: o orçamento da União para 2012 prevê uma redução de quase 20% em relação ao último exercício. A informação escandalizou parte dos nossos deputados estaduais, e alguns deles, apontando o argueiro no olho dos outros e esquecendo-se da estaca que carregam nos próprios olhos, responsabilizaram os congressistas paraibanos pelo prejuízo.

Mas, apesar da maioria dos legisladores estaduais ser de useiros e vezeiros dos mesmos expedientes dos nossos representantes no Congresso, nesse caso, os acusadores têm razão. A politicagem que grassa entre deputados federais e senadores paraibanos desmoraliza nosso pequeno mas historicamente heróico estado, trazendo-nos opróbrio em esfera nacional.

Em primeiro lugar, nossa representação na Câmara, que um dia já contou com figuras brilhantes como Raymundo Asfora, é formada em sua maioria por herdeiros das novas oligarquias estaduais. Pensa alguém que isso não é visto pelo “povo do Sul”, sendo motivo a mais de troça contra o estado e o Nordeste? Já no Senado, casa por onde passou o tribuno Argemiro de Figueiredo, dos três representantes paraibanos, dois têm atuações insignificantes em termos de ações em favor da Paraíba.

Só pode dar no que deu em relação ao orçamento. E isso é só a ponta do novelo. A politicagem é um veneno terrível para a saúde destas terras tabajaras – até os políticos já reconhecem!

Incerteza

Tudo pode acontecer no PT do B municipal, não apenas até o próximo dia 07, mas mesmo nas convenções do ano que vem. O vereador Fernando Carvalho, que ingressou no partido com o intuito de ser candidato a prefeito, pode enfrentar sérias dificuldades.

Na Serra

A deputada federal Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda, estará em Campina Grande, na próxima sexta-feira, para proferir uma palestra na sede da Associação Campinense de Imprensa, a partir das 19 horas. A deputada, que é do PC do B e vem a Campina atendendo a convite do partido, discutirá o tema “Os novos desafios das cidades”.

Encaminhado

O empresário Diogo Cunha Lima, filho do ex-governador Cássio Cunha Lima, vai mesmo se filiar ao PSDB – na verdade, já teria se filiado. Mesmo assim, o pai segue negando veementemente a intenção de lançar o jovem candidato a prefeito em 2012.

Dúvidas

A questão é: se Diogo não vai ser candidato de jeito nenhum, por que se filiar dentro do prazo para quem pretende disputar as próximas eleições? E mais, se Cássio mostra-se até tanto quanto irritado por conta da “boataria” sobre a candidatura do filho, por que, então, alimentar as supostas especulações, cuidando de integrá-lo aos quadros tucanos?

Aguardem

No Diário Político de amanhã, traremos algumas considerações a respeito da filiação de Diogo Cunha Lima ao PSDB, inclusive com as impressões dos “corredores políticos”.

Denúncia

O deputado federal Luiz Couto (PT) teve audiência com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e denunciou o controle de políticos sobre rádios comunitárias no estado.

Realidade

“Existem rádios comunitárias na Paraíba que são apenas de direito, porque de fato são veículos ligados a políticos, como se particular fossem”, afirmou Couto em seu Twitter.

O porém

Por outro lado, o próprio Luiz Couto parece exercer grande influência sobre uma rádio comunitária da cidade de Serra Branca, no Cariri paraibano, instalada no ano passado.

1 Comentários

Givanildo Santos disse…
O processo de concessão de radiodifusão comunitária é por demais burocrático, pra não dizer cruel. (até a frequência que nos é disponibilizada é praticamente fora do dial que na maioria dos aparelhos começa em 88, e das radio comunitárias é 87,9).

Até porque, culturalmente, quem tem vez são as grandes mídias que dominam a informação no nosso país. Como você bem sabe.

Tem processo (solicitação de interesse no serviço de radiodifusão) que passam até dez anos para ser analisado, e quando são, enfrentam outras situações adversas (as denúncias das comerciais, que tentam calar os pequenos, é um exemplo).

O mandato do deputado Luiz Couto - PT, tem se dedicado a defender a desburocratização e principalmente a criminalização das rádios comunitárias. Isso é louvável!
Ao contrário de muitos políticos que ao invés de defender os interesses da maioria, fazem lobby para uma comunicação oligárquica.

Como presidente da Associação Comunitária Solidariedade, tenho a informar que procuramos manter nossa programação a partir das deliberações mensais, com uma programação plural, com as instituições representativas da sociedade, presente. Na parte musical valorizando o regional e nossa MPB, e na parte informativa, discutindo os problemas locais, principalmente de interesse coletivo.

Posso assegurar que não sofremos influências externas, pois temos nossas opiniões, e não podemos nos calar diante de tantas injustiças sociais.

Te asseguro que todas as rádios comunitárias que sofrem perseguições são as contrárias ao sistema que mantém as grandes mídias.

Por isso, somos gratos ao deputado Luiz Couto por defender os interesses dos que querem de ter voz.

Agradecer também a você por oportunizar tal discussão. Espero que outros se manifestem, contrários ou não.

Abraço!