Prefeitável vê suposta relação de juiz com o governo: "Deveria se julgar suspeito"



 O candidato a prefeito pela coligação “Povo forte, cidade livre”, Artur Bolinha (PSL), reagiu duramente à decisão do juiz Bartolomeu Correia de Lima Filho, da 17ª zona eleitoral, que mandou tirar do ar peças de sua campanha no rádio e na televisão, em resposta a uma ação proposta pela coligação “Campina rumo ao futuro”, do candidato Bruno Cunha Lima, do PSD.

Ao se pronunciar, durante entrevista à rádio Arapuan FM, Bolinha criticou a decisão. “Acho que a decisão foi infundada. A gente vai recorrer, mas sabendo que a rapidez das questões relacionadas à Justiça Eleitoral muitas vezes não lhe dá tempo de você reparar o dano do prejuízo que eventualmente você teve”, comentou.

Mas, Bolinha não parou por aí e questionou publicamente as relações pessoais do juiz. “Infelizmente, eu começo a ficar preocupado com as decisões recorrentes do juiz que tem decidido nesse sentido, porque acho que existe uma relação meio pessoal, de certa forma, do juiz com a gestão atual”, disse.

Em seguida, de forma direta, defendeu que Bartolomeu Correia de Lima Filho deveria se averbar suspeito. “Eu acho que o próprio juiz deveria se julgar suspeito nesse aspecto, mas, enfim, coisa de Brasil, a gente tem que ficar esperando como é que vai se desenvolver essa questão”, comentou o prefeitável do PSL.

Instado pelo jornalista Valderedo Borba a detalhar seus argumentos, Bolinha aprofundou a tese. “A esposa dele ocupa um cargo de confiança na gestão local. Então, isso de certa forma coloca qualquer pessoa em suspeita. É óbvio que eu não estou dizendo que isso necessariamente tenha levado ele a tomar decisões por isso, mas a suspeição remete exatamente em razão dessa relação pessoal”, complementou.

LUGAR INADEQUADO

Os candidatos Ana Cláudia, da coligação “Novos tempos, novas soluções”, e Inácio Falcão, da coligação “Campina tem jeito”, ingressaram conjuntamente com exceção de suspeição contra o juiz Bartolomeu Correia de Lima Filho pelas mesmas razões expostas por Bolinha. Bartolomeu rejeitou a ação e, enxergando litigância de má fé, aplicou multa nas duas coligações.

Independente do mérito, que deverá ser objeto de análise do Tribunal Regional Eleitoral, a plataforma adequada para suscitar questão como a suspeição de um magistrado deve ser a própria Justiça, como fizeram Ana e Inácio, jamais por meio de ilações na mídia, inclusive por não ser este o local onde o juiz, no exercício do seu papel, deva se pronunciar sobre casos concretos.

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