DER avisa: não tem como fiscalizar transporte clandestino intermunicipal


O superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER), Carlos Pereira, foi enfático ao afirmar nesta segunda-feira, 25, durante entrevista ao Jornal Integração da Campina FM, que o órgão não tem como cumprir as recomendações do Ministério Público para fiscalizar os veículos que estão fazendo o transporte intermunicipal de passageiros de maneira irregular.

O problema se agravou por conta da decisão do Governo do Estado de proibir a circulação dos ônibus que fazem o transporte intermunicipal e também os veículos do chamado transporte complementar. Com isso, as pessoas que precisam se deslocar entre os municípios e não possuem veículos próprios ficaram com apenas uma possibilidade: usar o transporte clandestino, não por acaso também chamado de alternativo.

Com muita clareza, o superintendente do DER declarou ao repórter Dayvson Victor que não tem estrutura nem fiscais em quantidade suficiente para dar cumprimento a esse trabalho de fiscalização. “Esse é um problema que existe em toda a Paraíba e o DER não tem a menor condição de fiscalizar em toda a extensão do território e, principalmente, dentro das cidades”, disse.

Carlos detalhou as limitações de recursos humanos do departamento. Além do efetivo já ser minúsculo, a absoluta maioria dos servidores responsáveis pela fiscalização está dentro do segmento de risco do coronavírus. “São apenas 17 patrulheiros para todo o Estado e, destes, 15 têm mais de sessenta anos e estão no grupo de risco. Não posso submeter esse pessoal a um risco de vida”, relatou.

O superintendente disse, ainda, que a responsabilidade pela fiscalização dentro dos municípios é de competência das prefeituras. Além disso, Carlos Pereira criticou os usuários dos transportes clandestinos e pediu que as pessoas respeitem as regras de isolamento social, desconsiderando, no entanto, que muitos cidadãos simplesmente não podem ficar em quarentena e que, com a decisão de suspender o transporte regular, o próprio poder público deixou para essa parcela da população apenas o serviço alternativo.

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