Quadro pós-janela tem PSD gigante e sinaliza majoritária com PSDB/PP


Fechada a chamada janela partidária, o PSD, legenda comandada no estado pelo prefeito Romero Rodrigues, viu-se em um crescimento exponencial em Campina Grande, onde passa a contar com quase metade das cadeiras do poder legislativo e vai às urnas com pelo menos 15 fortes candidatos à Casa de Félix Araújo.

A arregimentação de nomes não deixou espaço para um processo de fortalecimento às principais siglas aliadas ao PSD em Campina - leia-se PSDB e Progressistas - na composição para a corrida ao legislativo. Mas, ninguém viu ou ouviu qualquer manifestação de desconforto dos líderes dos dois partidos. E há uma razão.

Política é aglutinação de forças por meio de cessões e concessões. E Romero, com trinta anos de experiência e o comando do processo pelo lado do seu grupo, conseguiu construir um planejamento que deve contemplar os mais relevantes aliados.

A PARTE DE CADA UM

O PSD inevitavelmente será, de longe, o maior partido da Câmara Municipal na próxima legislatura e terá naturalmente a presidência do poder. Já PSDB e Progressistas, que ficarão com representação pouco expressiva no parlamento-mirim, não terão do que reclamar porque deverão compor a majoritária.

A IMPORTÂNCIA DO PROGRESSISTAS

Romero sabe - e reconhece - a importância que teve o Progressistas na sua vitória avassaladora há quatro anos. Um papel que se fez efetivo tanto com a indicação do ex-prefeito Enivaldo Ribeiro para vice quanto pela não candidatura da então deputada estadual Daniella Ribeiro ao Palácio do Bispo. A presença da hoje senadora na disputa certamente teria levado a eleição para o segundo turno. Romero já se manifestou abertamente sobre a muito provável consolidação do partido na majoritária em outubro.

BRUNO NO PSD: QUAL A LEITURA?

Quando o ex-deputado estadual Bruno Cunha Lima anunciou sua filiação ao PSD, muitos "intérpretes" fizeram uma leitura completamente errada dos efeitos. Bruno havia sinalizado outrora que seria candidato com ou sem o apoio de Romero. Obviamente, essa possibilidade hoje não existe mais. Sem o aval do prefeito, em sua condição de presidente estadual do PSD, não haveria como o ex-deputado concorrer.

Tem mais. No PSD, Bruno abriu mão de um fator que pesava a seu favor: o sobrenome. O raciocínio é simples e lógico: Cássio e Pedro iriam pressionar pela candidatura do parente em detrimento de um nome do próprio partido, que é o deputado estadual (e favorito de Romero) Tovar Correia Lima? Seriam infiéis ao PSDB meramente para forçar uma escolha em favor da família? Não faz sentido.

Aliás, isso tudo é tão naturalmente claro que revela-se muito difícil acreditar que o próprio Bruno – inteligente e arguto que o é – não esteja consciente dessa realidade e, por conseguinte, integrado de alguma forma a esse planejamento. Como isso? O futuro dirá.

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