Vereadores culpam presidente da CMCG por calotes, mas assessores desmentem


Vereadores de Campina Grande arrumaram uma justificativa padrão e maliciosa para dar calotes em fornecedores e prestadores de serviço no período compreendido entre o final de um ano e o início do outro: responsabilizar a presidente da Câmara, Ivonete Ludgério que, segundo eles, atrasa o pagamento dos salários.

A malícia reside no fato de que realmente ocorre um costumeiro atraso no período, mas os prejudicados, em regra, não são os vereadores, e, sim, os servidores da Câmara. A informação, que denuncia a esperteza de alguns edis, é dos seus próprios assessores.

"Eles (os vereadores), mal tiveram qualquer atraso. Podiam muito bem pagar os assessores, adiantar enquanto a CMCG não paga, e quando a gente recebesse devolvia. Mas, ao invés disso, ficam só botando a culpa na presidente, inclusive para justificar seus próprios calotes", conta um servidor.

A culpada

Responsabilizar Ivonete Ludgério por todos os males do poder legislativo municipal, na verdade, tornou-se uma regra entre boa parte dos vereadores, que dispensam em relação à presidente da Câmara um tratamento de vexatório jogo de cena: pessoalmente, são pateticamente submissos; pelas costas, veneno.

Ivonete, evidentemente, tem sua parcela de culpa no desgaste da atual legislatura. Mas ela não se autoproclamou presidente - foi eleita e reeleita. E não se pode, com a mínima sensatez, imputar a uma vereadora, em um universo de 23, toda a responsabilidade por ações e omissões coletivas.

A não ser que, das duas, uma: ou Ivonete, única mulher da atual legislatura, é praticamente um monstro de outro mundo ou (o mais provável) parte considerável dos 22 homens da CMCG não honra as calças que vestem.

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