Livânia: Ricardo pagou mensalão para “adoçar a boca” de nove deputados


Outro trecho impressionante da delação de Livânia Farias revela um suposto esquema para apaziguar a sanha de deputados de oposição no primeiro governo de Ricardo Coutinho, quando o socialista, de fato, se deparou com uma Assembleia Legislativa raivosa e confrontadora, bem diferente do que se veria no anos seguintes na Paraíba.

Conforme a ex-secretária, o remédio para a situação teria sido prescrito pelo megaempresário Roberto Santiago, nome hoje envolvido em outro escândalo – relacionado à Operação Xeque-Mate e a Prefeitura de Cabedelo. “Por que toda essa confusão com esses deputados? Por que isso não se resolve? Vocês não sabem fazer a questão de política”, teria dito Santiago à própria Livânia.

Segundo a delatora, o empresário apontou em uma lista de deputados aqueles que poderiam ter o apoio comprado, já que, nas contas do governo, àquela altura a base aliada se resumia a três integrantes na ALPB. “Tem uns aqui que vocês podem muito bem adoçar a boca deles, dar alguma coisa mensal”, teria sido a sugestão, imediatamente acatada.

O próprio Santiago teria se encarregado de ser o intermediário do acerto, repassando os valores para nove deputados: Adriano Galdino, Branco Mendes, Tião Gomes, João Gonçalves, Márcio Roberto, Antônio Mineral, Doda de Tião, Eva Gouveia e Lindolfo Pires.

O pagamento totalizava entre R$ 250 mil e R$ 280 mil mensais e cada um recebia conforme seu comportamento na Casa de Epitácio Pessoa, mas, de acordo com a delatora, Márcio, por ser de oposição, ficava com a maior fatia, cerca de R$ 50 mil.

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