O jornalista nato, vocacionado de verdade, jamais deixará de ser jornalista, mesmo que não exerça a profissão como meio de ganhar a vida. Saulo Nunes é deste. Trocou a rotina dura e incerta das redações pelo cotidiano insalubre e – para a absoluta maioria das pessoas – assustador da carreira de agente penitenciário. Para depois mudar novamente, agora para a atividade de policial civil. Mas continua mesmo é jornalista.
E foi o jornalista Saulo Nunes que transferiu para o papel parte das impressões marcantes do agente penitenciário Saulo Nunes no livro recém-lançado "Monte Santo: a Casa de Detenção de Campina Grande" (produção independente, 194 páginas, R$ 30). O fio da história, a peculiaridade do tema e o modus operandi da abordagem deixam o leitor preso à narrativa página após página, capítulo após capítulo.
O livro não é uma obra voltada meramente para aqueles que tenham algum interesse específico no tema. Na verdade, o olhar aguçado do autor e sua narrativa perspicaz conduzem os olhos do leitor a ambientes que ele, queira Deus, jamais conhecerá. Por isso mesmo, tampouco é a história apenas sobre um presídio.
Saulo traça uma perspectiva sobre a realidade e os dramas do sistema carcerário, da segurança pública, do papel do Estado e dos direitos humanos que faz das páginas de "Monte Santo" uma leitura fundamental a quem se proponha, em qualquer parte do Brasil, a compreender o tema.
As entrelinhas da obra, entretanto, tocam uma complexidade muito maior: os meandros insondáveis da mente humana e a capacidade do indivíduo de se adaptar à realidade, aspectos que se sobressaem no ambiente inóspito e quase impenetrável daquele submundo. Engenhoso, o autor mescla a redação de experiências pessoais, elementos históricos e notas de uma ficção que, na verdade, é tão real quanto tudo inserido na obra.
Os capítulos trazem relatos que se estendem desde momentos anteriores à chegada do autor ao presídio até a transformação do prédio envelhecido em casa de albergue. O ambiente cotidiano, a realidade profundamente distinta entre a teoria e a lei, a relação entre os apenados e entre estes e os "carcereiros", a quase inacreditável insegurança completa do trabalho naquele lugar e naquele tempo estão no enredo do livro, que não é apenas uma história, é a história de muitas histórias.
Deixando explícito que a experiência posterior no "Serrotão" e, quem sabe, também na Polícia Civil renderão outras obras, Saulo Nunes finaliza "Monte Santo" como se estivesse, na condição de carcereiro, trancando o leitor na cela da expectativa pelo próximo livro. Um compromisso ao qual o jornalista Saulo Nunes ficará preso. E sem progressão de regime até o pleno cumprimento da pena.
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SERVIÇO: COMO COMPRAR?
* Banca Revistalândia (em frente aos Correios do Centro)
* Também pelo Whatsapp: 9.8711-1839
E foi o jornalista Saulo Nunes que transferiu para o papel parte das impressões marcantes do agente penitenciário Saulo Nunes no livro recém-lançado "Monte Santo: a Casa de Detenção de Campina Grande" (produção independente, 194 páginas, R$ 30). O fio da história, a peculiaridade do tema e o modus operandi da abordagem deixam o leitor preso à narrativa página após página, capítulo após capítulo.
O livro não é uma obra voltada meramente para aqueles que tenham algum interesse específico no tema. Na verdade, o olhar aguçado do autor e sua narrativa perspicaz conduzem os olhos do leitor a ambientes que ele, queira Deus, jamais conhecerá. Por isso mesmo, tampouco é a história apenas sobre um presídio.
Saulo traça uma perspectiva sobre a realidade e os dramas do sistema carcerário, da segurança pública, do papel do Estado e dos direitos humanos que faz das páginas de "Monte Santo" uma leitura fundamental a quem se proponha, em qualquer parte do Brasil, a compreender o tema.
As entrelinhas da obra, entretanto, tocam uma complexidade muito maior: os meandros insondáveis da mente humana e a capacidade do indivíduo de se adaptar à realidade, aspectos que se sobressaem no ambiente inóspito e quase impenetrável daquele submundo. Engenhoso, o autor mescla a redação de experiências pessoais, elementos históricos e notas de uma ficção que, na verdade, é tão real quanto tudo inserido na obra.
Os capítulos trazem relatos que se estendem desde momentos anteriores à chegada do autor ao presídio até a transformação do prédio envelhecido em casa de albergue. O ambiente cotidiano, a realidade profundamente distinta entre a teoria e a lei, a relação entre os apenados e entre estes e os "carcereiros", a quase inacreditável insegurança completa do trabalho naquele lugar e naquele tempo estão no enredo do livro, que não é apenas uma história, é a história de muitas histórias.
Deixando explícito que a experiência posterior no "Serrotão" e, quem sabe, também na Polícia Civil renderão outras obras, Saulo Nunes finaliza "Monte Santo" como se estivesse, na condição de carcereiro, trancando o leitor na cela da expectativa pelo próximo livro. Um compromisso ao qual o jornalista Saulo Nunes ficará preso. E sem progressão de regime até o pleno cumprimento da pena.
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