Delator da “Calvário” citou pedido de propina para campanha de Romero


No pedido cautelar que apresentou ao desembargador Ricardo Vital de Almeida, resultando no cumprimento de dezessete mandados de prisão e mais de cinquenta de busca e apreensão, um trecho rápido revela que teria havido um pedido de propina aos intermediários da Cruz Vermelha Brasileira cujos recursos seriam supostamente destinados à campanha do então candidato a prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, em 2012.

De acordo com Daniel Gomes da Silva, operador do esquema e delator, o pedido teria sido feito após uma solicitação que partiu de Jovino Machado Neto, apontado como então consultor jurídico do Estado da Paraíba. De acordo com o documento, o dinheiro seria “para a estruturação da campanha de Romero Rodrigues e, em contrapartida, aprovaria a lei de organizações sociais no município e direcionaria contratos para gestão da saúde à Cruz Vermelha do Brasil”.

Não há mais qualquer informação a respeito do assunto no relatório do MP. Em 2012, os grupos capitaneados pelo PSDB (então partido de Romero) e PSB (legenda do à época governador Ricardo Coutinho) ainda eram aliados.

NOTA

Agora há pouco, a PMCG emitiu uma nota em que nega qualquer vinculação de Romero Rodrigues com acordos com a Cruz Vermelha Brasileira. Leia o documento na íntegra:

A Prefeitura de Campina Grande vem a público prestar os seguintes esclarecimentos a respeito de uma possível citação do nome do prefeito Romero Rodrigues na colaboração premiada do Sr. Daniel Gomes, da Cruz Vermelha, citando suposta doação de R$ 150 mil para uma de suas campanhas eleitorais em Campina Grande:

1)    O prefeito Romero Rodrigues jamais aceitou contribuição financeira para qualquer de suas campanhas em troca de possíveis favores futuros a grupos empresariais.

2)    Caso houvesse, minimamente, qualquer procedência em relação à citação do Sr. Daniel Gomes, a contrapartida apontada na colaboração premiada do empresário – a contratação da OS Cruz Vermelha no âmbito do Município de Campina Grande – teria sido consolidada, o que JAMAIS ocorreu. Até mesmo uma lei aprovada e que permitia a terceirização de serviços em várias áreas foi revogada pelo prefeito, tão logo assumiu em 2013, de forma unilateral e firme, sem deixar brechas para quaisquer iniciativas nesse sentido.

3)    O prefeito Romero Rodrigues rechaça, veementemente, qualquer insinuação sobre seu envolvimento, direto ou indireto, em quaisquer esquemas de desvios de dinheiro público e, nesse caso particular, a própria opção político-ideológica de seu governo em prol do fortalecimento do patrimônio do Município evidencia a nítida improcedência da informação.

4)    Bem ao contrário de investir recursos públicos na contratação de Organizações Sociais suspeitas, o prefeito Romero Rodrigues fez a opção, sim, pelo caminho oposto, na área de Saúde: municipalizou os hospitais Pedro I e Dr. Edgley, além de promover a aquisição patrimonial da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), hoje transformada em Centro Especializado de Reabilitação – uma das referências no Brasil na atenção às crianças e jovens com deficiência.

5)    Na prática, o caminho por municipalizar serviços mostrou-se muito mais saudável do ponto de vista institucional e menos danoso ao erário do que a opção fácil e perigosa da terceirização, na avaliação do prefeito.

6)    Colocando-se inteiramente à disposição da Justiça e das autoridades para prestar todo e qualquer esclarecimento a respeito de qualquer informação que diga respeito à sua conduta na vida pública, o prefeito Romero Rodrigues, de peito aberto e consciência tranquila,  reafirma sua confiança nos rumos das investigações, principalmente quando se tratar de separar o joio do trigo e confirmar a lisura e inocência dos que estão sendo levianamente levados à vala comum das suspeitas e acusações sem provas e consistência.

Codecom

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