Zona Azul rende 2 milhões para três; 15 não chegam a 700 mil com subvenções


A Campina FM mostrou nesta segunda-feira números que evidenciam a disparidade na arrecadação de recursos entre entidades filantrópicas de Campina Grande. Beneficiadas pela exploração do serviço da Zona Azul, que controla o estacionamento nas vias públicas da cidade, três instituições levantam juntas cerca de R$ 2 milhões por ano, números ainda imprecisos porque a prestação de contas não seria clara, segundo a STTP e o próprio Ministério Público.

Por outro lado, quinze instituições que obtiveram através de lei o direito de receber subvenções sociais do Município não conseguem arrecadar, reunidas, sequer R$ 700 mil por ano. E ainda há um detalhe: estes números consideram o valor que deveria ser repassado às 15 entidades, mas, de acordo com seus dirigentes, não acontece porque o pagamento mensal das subvenções não ocorre de maneira efetiva.

Atualmente, a Zona Azul é explorada pela União Campinense de Equipes Sociais (Uces), a Rede Nacional de Pessoas Vivendo e Convivendo com a Aids (RPN) e a Cooperativa Paraibana de Pessoas com Deficiência. Maior beneficiada, a Uces fica com cerca de R$ 1 milhão por ano. O dinheiro seria empregado pelas três instituições principalmente para o pagamento de pessoal, exatamente os trabalhadores que atuam na Zona Azul.

Enquanto isso, por exemplo, a Apae, que atende 400 pessoas, tem previsão de receber R$ 8 mil por mês; a Casa da Criança Dr. João Moura, que atende crianças carentes, de receber R$ 6 mil; o Instituto dos Cegos, que beneficia cerca de 400 pessoas, R$ 5 mil; o Grupo de Apoio à Vida (GAV), que atende 120 pessoas, R$ 1.500. E outras instituições de relevantes serviços sociais, como Centro de Valorização da Vida (CVV), foram cortadas da lista de subvenções.

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Mesmo com toda essa disparidade e apesar da intervenção do Ministério Público, que estabeleceu prazo para que a Prefeitura de Campina Grande realize licitação para exploração da Zona Azul, alguns vereadores estão fazendo pressão para que o sistema seja mantido como está.

Uma das principais alegações é de que a mudança vai colocar na rua os trabalhadores do serviço, que seriam, segundo números não comprovados, cerca de 140 – o que equivale a cerca de 5% do total de beneficiados pelas quinze instituições que dependem de subvenção.

No entanto, em entrevista à Campina FM, o superintendente da STTP, Félix Araújo Neto, assegurou que os trabalhadores não serão demitidos, pois deverão ser aproveitados dentro do novo sistema.

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