68% não estão preparados para lidar com imprevistos financeiros


Ao contrário do que era esperado, a economia do país ainda caminha a passos lentos, o que vem refletindo na situação financeira do consumidor. É o que aponta o Indicador de Bem-Estar Financeiro, mensurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), com apoio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

Dados apurados no mês agosto mostram que quase sete em cada dez (68%) entrevistados reconhecem não ter capacidade de lidar com imprevistos e apenas 9% dizem conseguir arcar com despesas que extrapolam o orçamento.

Esse cenário retrata outra realidade preocupante: 60% dos brasileiros chegam ao fim do mês sem sobras de dinheiro. Praticamente um terço (29%) consegue, às vezes, fazer uma reserva e apenas 10% guardam sempre ou frequentemente alguma quantia. Já 22% temem que o dinheiro não dure.

Em agosto, o Indicador de Bem-Estar Financeiro registrou 48,9 pontos — uma pequena alta na comparação com julho passado, que ficou em 48,0 pontos. O nível de bem-estar financeiro de cada consumidor varia de acordo com respostas dadas em dez questões que avaliam os hábitos, costumes e experiências com uso do dinheiro. Em uma escala que varia de zero a 100, quanto mais próximo de 100, maior o nível médio de bem-estar financeiro da população; quanto mais distante de 100, menor o nível.

NO LIMITE

Viver no limite do orçamento tem sido a realidade de muitos brasileiros. Segundo aponta o levantamento, 61% reconhecem não aproveitar a vida por administrar mal o dinheiro, enquanto 31% não conseguem viver plenamente em razão de sua condição financeira. Além disso, 43% afirmam que nunca ou raramente poderiam dar um presente — seja de casamento, aniversário ou em alguma outra ocasião especial — sem prejudicar as finanças do mês.

Somado a isso, para 63% a situação financeira acaba controlando a sua vida em algum grau e 19% tem deixado a desejar o cuidado com suas finanças. “O controle do orçamento exige certa disciplina, mas no final do mês recompensa, tanto no aspecto emocional, por não haver estresse na hora de pagar as contas, quanto no aspecto financeiro, já que com uma reserva será possível realizar planos futuros. O descuido pode custar caro”, alerta o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Mas o grande desafio para o brasileiro continua relacionado ao preparo financeiro para os próximos anos: 57% não têm planejado ações que assegurem o futuro financeiro. Os números mostram ainda que quase a metade (44%) dos consumidores acreditam, que, por causa da sua situação financeira, não terão as coisas que querem na vida.

Fonte: CNDL

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