Estados e municípios ficaram de fora da reforma da Previdência, que teve o texto-base aprovado em primeiro turno pela Câmara dos Deputados na semana passada em meio a polêmicas e controvérsias. Para especialistas, a exclusão representa mais um passo rumo ao abismo das contas para os entes excluídos dos ajustes. Alguns preveem que os municípios, por exemplo, entrarão em colapso dentro de uma década.
Essa previsão, todavia, é considerada otimista demais pelo presidente da Federação das Associações dos Municípios (Famup), George Coelho. “O governo federal e a Confederação Nacional dos Municípios têm uma projeção de que em dez anos vai haver esse colapso, mas eu tenho certeza que isso acontecerá em cinco anos. Tirando muito poucos institutos de previdência, que fizeram uma gestão bem feita anos atrás, a maioria está deficitária em relação às suas contas”, disse em entrevista à Campina FM.
De acordo com o presidente da Famup, que é também prefeito do município de Sobrado, as finanças das prefeituras, principalmente naqueles municípios de menor porte, estão sendo esgotadas para cobrir mês após mês o déficit nas contas previdenciárias.
“Se você olhar atentamente o Sagres, vai ver que as prefeituras têm zerado (suas finanças) todo dia 10, com o dinheiro que vai totalmente para a Previdência. O dinheiro que tem no município não consegue ficar no município, vai para pagar a Previdência. E o dinheiro na verdade mal está dando para cobrir esse pagamento”, complementou.
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