Pesquisa indica substituição do milho pela palma forrageira na alimentação de suínos


Uma pesquisa desenvolvida no Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) apresentou uma nova possibilidade para a criação de suínos em regiões do Semiárido. Aplicada no Câmpus IV, na cidade de Catolé do Rocha, a pesquisa teve como objetivo o desenvolvimento de uma nova técnica sobre o uso da palma forrageira na produção do farelo, para que ela possa substituir parcialmente o milho, barateando o processo de alimentação de porcos, sem prejuízos para esses animais. O estudo foi testado e apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Licenciatura Plena em Ciências Agrárias.

Intitulada “Substituição do milho por farelo de palma na dieta de suínos em crescimento”, a pesquisa foi desenvolvida pelo estudante Jefferson Carlos da Rocha Pereira, sob a orientação do professor Felipe Queiroga Cartaxo, observando que a alimentação de suínos criados em sistema intensivo, baseada em grãos, tendo o milho como principal ingrediente energético, em determinadas épocas do ano aumenta significativamente o preço do produto alimentício, prejudicando o retorno econômico da atividade.

Dessa forma, a proposta foi desenvolver um experimento que teve como objetivo avaliar o efeito da substituição do milho pelo farelo da palma forrageira cultivar Orelha de Elefante (Opuntia stricta Haw) sobre o desempenho de suínos em crescimento. O trabalho foi executado entre os meses de março e maio de 2017, com período para coleta de dados de 42 dias. Foram utilizados 15 suínos híbridos machos castrados, com idade média de 35 dias e peso inicial médio de 13,6 kg. Os tratamentos experimentais consistiram de três níveis de substituição do milho (0%, 15% e 30%) pelo farelo de palma cultivar Orelha de Elefante com cinco animais por tratamento.

Os resultados demonstraram que a substituição do milho pelo farelo de palma Orelha de Elefante até o nível estudado (30%) não afetou o consumo de ração (1,70 kg/dia), além de apresentar ganho de peso médio diário de 640 gramas por dia, ganho de peso total de 26,88 kg e a conversão alimentar (transformação da ração consumida em peso corporal) em 2,37 kg de ração por quilo de peso ganho. Assim, a pesquisa apontou que, em regiões onde a palma forrageira é cultivada, a sua utilização na forma de farelo pode ser uma alternativa viável, podendo compor a dieta destes monogástricos em substituição parcial ao milho sem prejuízo para o desempenho biológico.

Presença marcante no Semiárido brasileiro, a palma forrageira é rica em água e carboidratos (energia). Após desidratada e triturada para produção do farelo, ela pode substituir parcialmente o milho, reduzindo o custo de produção de suínos quando em confinamento. Além de ser uma opção para a agricultura de base familiar, o experimento comprovou que o cultivo da palma forrageira é imprescindível para manutenção dos rebanhos, podendo também ser utilizada como alimento energético para os suínos.

Fonte: Givaldo Cavalcanti / Ascom

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