Caso Joacir: Segurança mentiu em depoimento à polícia e alega ter perdido arma


O policial militar reformado Mário Lúcio de Oliveira, segurança do acusado de assassinar o radialista Joacir Oliveira Filho no fim da noite do último dia 30 de maio em um restaurante no centro de Campina Grande, Roberto Vicente Correia do Monte, mentiu no primeiro depoimento que prestou à Polícia Civil, conforme ele mesmo reconheceu posteriormente.

Ouvido como testemunha no dia seguinte ao crime, Mário (que também seria conhecido como “Mauro”) apresentou no primeiro depoimento à delegada de homicídios, Suelane Guimarães, uma narrativa em que, dentre outros pontos, informava que teria enterrado a arma do crime, uma Bereta 6.35, juntamente com o carregador da pistola, no sítio da família de Roberto, que fica próximo ao Hospital de Trauma.

Já no segundo depoimento, prestado cinco dias depois, o ex-PM disse à polícia que na verdade teria perdido a arma no caminho percorrido a pé entre o restaurante La Paloma e as imediações de uma lanchonete no Açude Novo, onde ele e Roberto tomaram um táxi rumo ao sítio onde enterrou o carregador, em local que indicou aos policiais, que recuperaram o objeto.

Ao retificar a história, Mário alegou ter mentido “pois estava levando muita pressão”, segundo consta de seu segundo depoimento, no qual não esclarece, todavia, qual seria a origem da suposta pressão.

APÓS O SÍTIO

Outro ponto revisto pelo segurança de Robertinho foi sobre o que aconteceu após chegarem ao sítio e o carregador da pistola ser enterrado. Em suas primeiras declarações, a testemunha disse à delegada que seguiu junto com o acusado até a casa de um homem que faz serviço de transporte alternativo, identificado como Filipy, no Santo Antônio – lá Roberto viria a ser preso.

Já no depoimento do dia 05/06, Mário alega que “não levou Robertinho a lugar nenhum fora a fazenda”.

DINHEIRO PARA O SUSPEITO

Em seu segundo depoimento, no dia 05, Mário descreve que foi até a casa de Filipy somente no dia seguinte pela manhã, por ordem do empresário pai do acusado, que lhe entregou uma muda de roupa, documentos e cerca de R$ 1.800 para serem levados para Roberto.

Mário teria deixado sua moto no escritório do empresário e seguido no carro de Robertinho, um Compass verde, para a casa de Filipy, mas, ao chegar lá, este teria dito que o suspeito não se encontrava no local. Dali, Mário teria seguido para um posto de combustíveis onde foi encontrado pelos policiais.

CONTRADIÇÃO

O segundo depoimento de Mário Lúcio colide com as declarações de Filipy, cujo nome completo é Filipy Machado Cavalcanti Belo. Em depoimento prestado no dia 04 de junho, ele afirmou que Robertinho e o segurança chegaram juntos à sua casa, em um carro que seria do suspeito (o Compass verde). Ainda conforme disse, “Mauro só fez descer no local e em seguida foi embora”.

TRANSFERÊNCIA

Preso no dia seguinte ao crime, Roberto Vicente passou pela audiência de custódia, na qual foi determinado seu encaminhamento para o presídio Padrão de Campina Grande. No entanto, seus advogados teriam alegado que ele sofria ameaças na cidade e, por isso, o suspeito foi transferido para o Complexo Penitenciário de Mangabeira, em João Pessoa, onde encontra-se recolhido.

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