Agulhadas: PMCG pediu ao Gaeco investigação sobre conduta de diretores do Trauma


Passado um ano desde o tumultuado São João 2018, veio à tona a denúncia formulada pela Prefeitura de Campina Grande, através da Procuradoria Geral do Município, junto ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público na Paraíba, contra a direção do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes.

No requerimento, a PGM questiona a conduta da direção do Trauma, à época comandado pelo médico Geraldo Medeiros, atual secretário estadual de Saúde, no episódio que ficou conhecido como o caso das agulhadas, em que várias pessoas teriam supostamente sido vítimas de perfurações feitas com o uso de agulhas de seringas dentro do Parque do Povo no São João.

Segundo a PGM, a repercussão teria causado grave impacto negativo para a imagem da festa, o que poderia ter ocorrido, ainda conforme a denúncia, por eventual interesse de ordem política.

“A cada dia que se passava, representantes do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga passava a divulgar para imprensa o número de vítimas com as pretensas ‘agulhadas’ e que tal incidente teria subido para 05, depois para 15, depois para 23, depois para 29 e despois para 34”, diz trecho do documento.

“Cada dia que passava o alarma, o pânico se aguçava entre turistas e frequentadores com a implacável e ‘pontual’ informação de representantes do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga sobre um suposto ataque com agulhas no interior do Parque do Povo e o número de frequentadores e turista foi sendo reduzido, drasticamente”, relata outro trecho.

SIGILO DOS PACIENTES

Um outro ponto da denúncia indica que a direção da unidade teria quebrado o sigilo dos pacientes, passando informações pessoais e dados de contato para a imprensa.

“O que mais causou espécie foi o fato dos representantes do Hospital do Trauma não preservar e nem poupar essa informação passada por “eventuais” vítimas, pelo fato do órgão não ter – sequer – a certeza de que o paciente fora mesmo acometido por um ataque de agulha e se, de fato, a pretensa vítima estava mesmo no interior do Parque do povo, no entanto, a notícia do número de ‘vítimas das agulhadas’ era religiosamente repassada para os meios de comunicação social”, diz.

No fim, a Procuradoria requer ao coordenador do Gaeco que “determine a abertura de procedimento investigatório visando apurar eventuais fatos criminosos ou de improbidade praticados – em tese – por integrantes do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga”.

O caso estaria sendo investigado pela Polícia Civil. A atual direção do Trauma e o ex-diretor Geraldo Medeiros ainda não se pronunciaram sobre o caso.

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