O diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina de Campina Grande, João Alberto Morais, falou nesta quarta-feira, 29, à Campina FM sobre o relatório apresentado ao Ministério Público pelo órgão apontando irregularidades no Hospital da Criança e do Adolescente do município. De acordo com o relatório, faltam médicos, medicamentos e insumos no hospital, além disso, também foram constatadas superlotação, manutenção predial precária e escassez de roupas e lençois hospitalares.
O CRM relatou ainda que a UTI do hospital ainda não foi inaugurada, não há centro cirúrgico e o lixo está sendo acondicionado em local impróprio.Segundo o CRM, foi concedido prazo de sete dias para que parte dos problemas, como a falta de medicação e de roupas, seja sanada, sob pena de interdição ética, situação em que os médicos são impedidos pelo conselho de trabalhar.
"É um hospital com uma demanda enorme, com uma precariedade enorme também na assistência que é prestada à criança. Há uma série de distorções muito graves. É evidente que nas condições que este hospital está funcionando não pode continuar. Os gestores têm a obrigação de prestar assistência com dignidade à população, ainda mais às crianças", afirmou João Alberto.
O diretor do CRM confirmou também o problema que já é bastante conhecido da população: a deficiência no atendimento em pediatria em Campina Grande, que afeta inclusive a rede particular e sobrecarrega o Hospital da Criança, numa demanda que vem também de municípios da região. "Recebemos muita reclamação sobre a assistência pediátrica em Campina Grande. Fizemos uma avaliação sobre a quantidade de leitos disponíveis em pediatria na cidade e realmente é um quantitativo muito pequeno para atender a população não só de Campina, mas de toda a redondeza", frisou.
O relatório do CRM foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Saúde do Estado e à direção da unidade hospitalar.
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