Enquanto povo é caçado por bandidos, defensores do desarmamento andam cercados de seguranças armados


Assisti ontem, muito mais por dever de ofício que por vontade, às cenas horrendas da execução de um trabalhador dentro da Empasa. Na edição de hoje do Jornal Integração, inclusive, ouviremos mais uma vez as pessoas que trabalham diariamente naquele espaço, relatando o ambiente de medo que marca seu cotidiano.

Digo “mais uma vez” porque há algumas semanas havíamos alertado aqui na Campina FM sobre a total insegurança na Empasa, também ouvindo os comerciantes, agora ainda mais assombrados pelo descontrole total da violência dentro daquele espaço, como, aliás, acontece em todo canto.

As imagens do assassinato do pai de família são perturbadoras e inquietante. Mas, há algo ainda mais chocante: esse tipo de cena está se tornando coisa fortuita, repetida, cotidiana, e, portanto, sem produção de quaisquer efeitos, nenhuma reação social.

Até algum tempo atrás a gente só via seres humanos morrendo nas cenas de filmes e novelas. Hoje, com o big brother das câmeras de ruas e estabelecimentos, os crimes ocorrem diante dos nossos olhos.

Ainda nos dói, mas cada vez menos. E cada vez mais a gente esquece rápido.

Outro ponto que chama atenção no caso de ontem é o quanto os cidadãos, desprovidos da necessária e devida proteção do Estado, sequer possuem o direito natural, legítimo e justo de se defender.

Durante quase todo o tempo do ataque, a vítima esteve engalfinhada com um dos bandidos, enquanto o outro apontava a arma e desferia golpes. Esse criminoso armado ficou de costas para um dos trabalhadores durante quase dois minutos.

Ele sabia que não haveria reação. Que nenhum daqueles cidadãos estaria portando uma arma, por exemplo.

Porque sabe que o Estado, incapaz na hora de resguardar a vida e o patrimônio das pessoas, é bastante competente em desarmar os homens de bem, cometendo o arbítrio de criminalizar um direito legítimo, a autodefesa.

A dupla, que certamente já tem uma folha corrida, provavelmente vai  acabar presa pela polícia. Vai. Mas, se condenados, os dois ficarão apenas um período pequeno no regime fechado, com direito a comida de graça e visita íntima, e em seguida voltarão às ruas. Para roubar e matar.

E, ninguém duvide, ainda existe quem os defenda. Não me refiro aos advogados, que o fazem em cumprimento do próprio mister e das garantias fundamentais, mas dos ditos humanistas, que enxergarão nos dois assassinos vítimas da sociedade que, para os tais, deveria ser reeducada nos presídios.

Aos cidadãos de bem, só resta ser vítima, ser caça, ser nada e morrer pelas mãos de monstros cruéis e covardes. Enquanto isso, os políticos que defendem ardorosamente o desarmamento e dizem que a violência está dentro da normalidade andam cercados de seguranças armados até os dentes. Esse cinismo é de matar.

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