Aécio Neves e o esforço patético de uma ficção barata sobre normalidade


Na semana passada, o senador afastado Aécio Neves divulgou em suas redes sociais uma foto em que aparece, em casa, numa roda de conversa com os senadores Cássio Cunha Lima, José Serra, Antônio Anastasia e Tasso Jereissati.

Na legenda, o presidente afastado do PSDB afirma que a reunião com seus correligionários teve como pauta discutir votações no Congresso e a agenda política.

Seria uma foto qualquer, de legenda qualquer, com uma suposta pauta qualquer, não fosse um pequeno detalhe: a normalidade que Aécio tenta demonstrar é ficção barata.

Duramente engolido pelos escândalos revelados a partir das delações da JBS, o mineiro é, no mar lamacento da política tupiniquim, um navio afundando.

Esse homem, nesse momento, não tem assunto a discutir sobre agenda política ou, muito menos, quanto a votações de um Congresso de onde ele está afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal.

A irmã, Andréa, está presa. O primo, Frederico, preso. Ambos por envolvimento como partícipes num rol de acusações em que ele, Aécio, é protagonista.

Imaginar o que o tucano, enrolado como está, deve ter choramingado na conversa com seus pares, não é tão difícil. Danado é saber o que deles teria ouvido.

Solidariedade? Conforto? A promessa de apoio político? Ou teria saído pelo menos um "tás pebado"?
Nunca saberemos.

Agora, a certeza é que a mente do homem que quase chegou à presidente da República não está para discussões sobre pauta política.

Denunciado por corrupção ativa e obstrução da justiça no caso JBS e alvo de oito inquéritos no STF, Aécio Neves deve está perdendo o sono é com outra possibilidade.

Ele está mais perto da cadeia que do Senado.

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