Contribuinte bancou buffet de R$ 4 mil para título de cidadania na Câmara de Campina Grande

(Imagem ilustrativa)

O poder legislativo campinense é conhecido pelo número excessivo de honrarias que concede anualmente, homenageando sobretudo figurões do jet set ou parentes e amigos dos vereadores. O que muita gente não percebe é que, mais que uma produção inexpressiva, a grande quantidade de solenidades para entrega de títulos de Cidadania e medalhas de honra ao mérito gera um custo.

Ao tratar sobre o assunto, e especificamente sobre o fato de vereadores extrapolarem o número permitido de honrarias anualmente pelo Regimento Interno da Câmara (duas para cada parlamentar), a atual presidente, Ivonete Ludgério (PSD), minimizou a questão e, inclusive, sinalizou com a clara possibilidade de modificar o regimento para que seja oficialmente autorizado aos legisladores conceder uma quantidade ainda maior.

Mas, os custos inerentes são óbvios: além do uso das instalações, com consumo de energia e outros insumos, para cada homenagem a Câmara Municipal adquire uma escultura a ser entregue ao homenageado, seja a réplica do monumento aos Pioneiros para os que recebem o título de Cidadania, seja a imagem em bronze de Félix Araújo, patrono da casa, para as medalhas de honra ao mérito. Quanto é gasto em cada uma delas, não é especificado, mas, multiplicando-se pelo elevado número concedido anualmente, chega-se a uma soma expressiva bancada pelo suor do contribuinte.

No entanto, além dessas despesas, no ano passado os campinenses custearam alguns serviços de buffet para a Casa do Povo, incluindo um que foi servido durante a solenidade de entregue de um título de Cidadania Campinense. O valor, segundo empenho disponível no sistema Sagres Online: R$ 4 mil. Ou seja, para um único regabofe, os cofres da edilidade torraram o equivalente a mais de quatro salários mínimos. Os vereadores fazem a festa, os cidadãos pagam.

Aliás, um mergulho raso nas contas do legislativo mostram que, entres pagamentos expressivos por serviços comezinhos, gastos com cópias e alguns variados supérfluos, não há crise na Câmara Municipal. Ou, no dizer dos antigos, quem atira com pólvora alheia, não mede distância.

Fac-símile do empenho. Blog prefere omitir nome do homenageado, que nenhuma responsabilidade tem sobre os atos da CMCG

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