De um lado o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), do outro o governador Ricardo Coutinho e seu pré-candidato em Campina Grande, o deputado estadual Adriano Galdino (ambos do PSB). Mas, embora os dois grupos se encaminhem para a disputa das eleições municipais, juntamente com o atual prefeito, Romero Rodrigues (PSDB) e outros candidatos que não contam com apoio de blocos tradicionais, como Artur Bolinha (PSOL), peemedebistas e a cúpula estadual socialista (leia-se Ricardo) tentam manter um discurso de moderação.
Veneziano aponta que vê com naturalidade a possível candidatura de Adriano, mesmo ressaltando que havia contado com a promessa de ser ele o candidato das oposições. Mas, o peemedebista, ciente de que poderá precisar do apoio do PSB no segundo turno, evita digladiar com o deputado. Mais que isso, Veneziano tem consciência que está à frente de Galdino e, assim, mantém o foco em seu adversário direto, Romero.
Ricardo Coutinho, por seu turno, centra fogo na gestão tucana, exalta o correligionário e busca demonstrar confiança no seu desempenho na campanha que virá. E, sobre Veneziano, faz questão de ressaltar que se trata de um aliado. O governador, no íntimo, certamente analisa que para chegar ao segundo turno, Adriano precisará superar o peemedebista, que, assim, também seria um apoio necessário em um eventual embate de segundo tempo entre o PSB e o PSDB.
Só que, para superar Veneziano, Galdino precisa fazer o eleitor saber porque ele seria melhor para a cidade que o peemedebista. E, por isso, tem sido menos ameno que Coutinho ao analisar o oponente, desferindo alfinetadas duras, como quando afirmou que Veneziano e Romero são iguais, que ambos representam grupos familiares e que seria ele, Adriano, a única alternativa para os campinenses. Ainda assim, o socialista trata o deputado federal como aliado.
Também por isso, mesmo sem mencionar Veneziano nominalmente, o governador volta e meia dispara petardos sobre a necessidade de a cidade romper a polarização familiar, se modernizar politicamente, superar o que considera atrasos.
Já Veneziano, embora centrado em Romero, aqui e ali também dá alfinetadas no presidente da Assembleia Legislativa, utilizando, para tal, geralmente a crítica indireta – embora algumas vezes venenosa. Um exemplo disso ocorreu nesta sexta-feira, quando, durante entrevista à Campina FM, ao falar amenamente sobre a relação PSB-PMDB, referindo-se à pré-campanha de Adriano, o ex-prefeito afirmou que o colega está começando a conhecer Campina Grande.
Só o desenrolar da campanha dirá até quando peemedebistas e socialistas conseguirão manter esse discurso de duas faces e a que nível de desgaste chegará essa relação. Tudo vai depender, muito provavelmente, do desempenho de Adriano Galdino no processo. Se o deputado sentir que pode chegar perto de Veneziano, com chances de superá-lo, a parcimônia de ambos os lados se esfacelará mais rapidamente que a barreira do Cabo Branco.
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