Estação de Gravatá não tem condições para tratar água do volume morto de Boqueirão, alerta professora da UEPB


A doutora em engenharia química e professora da Universidade Estadual da Paraíba Weruska Brasileiro fez um alerta sobre a qualidade da água do Açude de Boqueirão. Segundo ela, a Estação de Tratamento de Gravatá, por onde passa a água que é distribuída para Campina Grande e municípios do compartimento da Borborema, não tem condições estruturais para garantir o adequado processo de tratamento durante o uso do chamado “volume morto”.

“Qualquer água hoje em dia a gente tem condições de tratar, mas a questão são os riscos sanitários envolvidos nisso e o tipo de tratamento que se vai usar. A Estação de Gravatá é subdimensionada, ou seja, ela recebe uma vazão acima da sua capacidade de tratamento, e trata-se de uma estação de tratamento convencional”, afirmou Weruska.

“Quando a gente está captando o volume morto, precisa implementar esse tratamento para atender à portaria de potabilidade, porque o tratamento convencional, como o empregado em Gravatá, não tem condições de atender às exigências dessa portaria. Que existe possibilidade de tratamento, existe, agora, nas condições de Gravatá dificilmente vamos conseguir isso. Eu não sei nem que milagre eles estão realizando hoje para atender aos padrões de potabilidade”, complementou.

Conforme a doutora, a água de Boqueirão apresenta, atualmente, “uma quantidade de cloreto muito elevada – e cloreto a gente não remove com o tratamento convencional – tem excesso de matéria orgânica, tem a questão dos microorganismos resistentes ao cloro, uma possível formação das cianobactérias caso a gente tenha um excesso de matéria orgânica no manancial”.

Por outro lado, Weruska Brasileiro afirmou que não acredita que exista concentração de metais pesados nas águas do Açude Epitácio Pessoa, o que representaria um grande risco para a população. As declarações da especialista foram dadas à reportagem da Campina FM.

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