Desde que o mundo é mundo, desde que gente é gente, existe a figura onipresente, inquieta e repugnante do adulador. O áulico, xeleléu, conhecido como babão e puxa-saco na linguagem popular, se formasse uma classe sindicalizada seria uma das principais atividades no país.
Onde houver um indivíduo com alguma ascendência sobre os demais, por menor que seja, certamente em sua órbita haverá um adulador pronto a aplaudi-lo, elogiá-lo, ressaltar as qualidades que possui e as que nunca teve.
O bajulador é figura universal, onipresente em todos os meios, segmentos e atividades. Mas, como não poderia ser diferente, a política é onde mais há deste tipo por metro quadrado. Afinal, o poder é doce, e o doce atrai hipnoticamente as moscas.
Se há um político, mesmo um do tipo mais ou menos, há um atencioso áulico pertinho. É inevitável e infalível.
Os babões estão para os políticos como chiclete e sapato, dedão e quina de móvel, feijão e arroz, cara e coroa, bebê e frauda suja, Batman e Robin. Há uma simbiose, quase uma necessidade existencial.
Porque a política é um exercício constante da vaidade, inexiste o político que não conserve com carinho seu xeleléu de estimação.
As características dos especialistas em chaleirar são facilmente conhecíveis. Ele muito raramente discorda do seu ídolo e, quando o faz, é cheio de condescendências. Tem boa dentadura, usada para sorrir para o chefe e rosnar para críticos eventuais.
Vive a contradição de ser compreensivo ao extremo e intolerante ao extremo: compreensivo para com seu admirado, para o qual sempre tem uma palavra de defesa, mesmo ante o indefensável. Já para outros mortais, sobretudo os que não queimem incenso ao seu ídolo, costuma ser inflexível.
O adulador não tem opinião própria. Ele pensa com a cabeça do bajulado. Tem mãos ágeis, sempre dispostas a aplaudir.
Raramente, muito raramente, é competente em outra coisa que não seja adular. E se tem talento profissional, é inseguro ou preguiçoso. Prefere, portanto, o caminho da adulação.
Na Paraíba, o áulico representa uma das atividades mais presentes nas folhas de nomeados para cargos públicos. São praticamente essenciais. E, com raras exceções, se dão bem, porque, desprovidos de escrúpulos, não encontram dificuldades para pedir.
A prática, porém, representa um dos mais sórdidos desvios de conduta dos seres humanos. É feio, é asqueroso, é vexatório, é triste, é de embrulhar o estômago.
Pior, não parece haver cura para bajulador. Afinal, senso do ridículo e vergonha na cara não é coisa que venda por aí em farmácia.
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Onde houver um indivíduo com alguma ascendência sobre os demais, por menor que seja, certamente em sua órbita haverá um adulador pronto a aplaudi-lo, elogiá-lo, ressaltar as qualidades que possui e as que nunca teve.
O bajulador é figura universal, onipresente em todos os meios, segmentos e atividades. Mas, como não poderia ser diferente, a política é onde mais há deste tipo por metro quadrado. Afinal, o poder é doce, e o doce atrai hipnoticamente as moscas.
Se há um político, mesmo um do tipo mais ou menos, há um atencioso áulico pertinho. É inevitável e infalível.
Os babões estão para os políticos como chiclete e sapato, dedão e quina de móvel, feijão e arroz, cara e coroa, bebê e frauda suja, Batman e Robin. Há uma simbiose, quase uma necessidade existencial.
Porque a política é um exercício constante da vaidade, inexiste o político que não conserve com carinho seu xeleléu de estimação.
As características dos especialistas em chaleirar são facilmente conhecíveis. Ele muito raramente discorda do seu ídolo e, quando o faz, é cheio de condescendências. Tem boa dentadura, usada para sorrir para o chefe e rosnar para críticos eventuais.
Vive a contradição de ser compreensivo ao extremo e intolerante ao extremo: compreensivo para com seu admirado, para o qual sempre tem uma palavra de defesa, mesmo ante o indefensável. Já para outros mortais, sobretudo os que não queimem incenso ao seu ídolo, costuma ser inflexível.
O adulador não tem opinião própria. Ele pensa com a cabeça do bajulado. Tem mãos ágeis, sempre dispostas a aplaudir.
Raramente, muito raramente, é competente em outra coisa que não seja adular. E se tem talento profissional, é inseguro ou preguiçoso. Prefere, portanto, o caminho da adulação.
Na Paraíba, o áulico representa uma das atividades mais presentes nas folhas de nomeados para cargos públicos. São praticamente essenciais. E, com raras exceções, se dão bem, porque, desprovidos de escrúpulos, não encontram dificuldades para pedir.
A prática, porém, representa um dos mais sórdidos desvios de conduta dos seres humanos. É feio, é asqueroso, é vexatório, é triste, é de embrulhar o estômago.
Pior, não parece haver cura para bajulador. Afinal, senso do ridículo e vergonha na cara não é coisa que venda por aí em farmácia.
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