Parece haver uma sina marcando os gestores na Paraíba de serem mal assessorados. Existem secretários, adjuntos, coordenadores, diretores e até mesmo gente dos escalões mais baixos que se portam como verdadeiras estrelas, que são mais inacessíveis que os chefes do poder executivo.
Tem uns que andam com o rei na barriga, empanados na leseira de se julgarem importantes porque estão próximos ao poder – como se o poder fosse eterno, como se os poderosos não fossem gente de carne e osso e como se ser áulico num estado como a Paraíba fosse razão para soberba. Pior, como se ocupar um cargo não equivalesse ao mister de servir, e não ao direito de virar a última bolacha do pacote.
Em Campina, o prefeito Romero Rodrigues chega ao último ano do seu mandato com boa parte dos auxiliares mantendo postura de total indiferença política – como se não exercessem cargos políticos. O mundo pode se acabar e a maioria não atende um telefone, sobretudo se for um fim de semana (que, no caso, vai de sexta a segunda).
Essa indiferença é maior ainda entre aqueles que estão no governo por serem apadrinhados de aliados políticos e de caciques tucanos. Há gente que, inclusive, parece não se preocupar com os rumos do governo e muito menos com os efeitos de desgastes cotidiano sobre o governante. Tem caso que parece até pensado e intencional.
O último ano do mandato chegou afetado por uma crise econômica que deixa as prefeituras em maus lençóis. Romero, que ao assumir resolveu os salários em atraso e vinha pagando desde que assumiu a folha em dia (com exceção para o impasse da saúde), penou para dar conta dos salários de dezembro.
E entre as conseqüências inevitáveis estão as reações da oposição, que apenas e tão somente cumpre seu papel se fiscalizar e "atanasar" o governo, apontando todos os problemas e falhas, tenham estas justificativa ou não.
A oposição cumpre seu papel. Quem não cumpre é a base aliada. Quantos vereadores estão dispostos a interromper as férias nas areias quentes de João Pessoa para ocuparem os espaços na defesa do tucano? Um ou dois.
E quantos secretários, sobretudo nas pastas mais estratégias e de maior caráter político, se propõem a acordar bem cedinho e ir de rádio em rádio, de redação em redação, explicar – ou pelo menos tentar explicar – o que deve ser explicado?
Quantos estão a postos para tratar diretamente com servidores insatisfeitos ou fornecedores queixosos? Quantos se escalam para desafiar os opositores para o debate? Uns poucos.
E acaba ficando o próprio prefeito com a incumbência de ser promotor e defensor da sua gestão, de tentar repercutir o que é positivo e responder às críticas.
Se em outubro Romero se reeleger, todos do seu governo estarão vencendo com ele. Mas, se sofrer um revés, estará sozinho na derrota. Porque o oportunismo é parceiro somente do sucesso.
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Para ouvir a coluna, clique AQUI e acompanhe no site da Campina FM
Tem uns que andam com o rei na barriga, empanados na leseira de se julgarem importantes porque estão próximos ao poder – como se o poder fosse eterno, como se os poderosos não fossem gente de carne e osso e como se ser áulico num estado como a Paraíba fosse razão para soberba. Pior, como se ocupar um cargo não equivalesse ao mister de servir, e não ao direito de virar a última bolacha do pacote.
Em Campina, o prefeito Romero Rodrigues chega ao último ano do seu mandato com boa parte dos auxiliares mantendo postura de total indiferença política – como se não exercessem cargos políticos. O mundo pode se acabar e a maioria não atende um telefone, sobretudo se for um fim de semana (que, no caso, vai de sexta a segunda).
Essa indiferença é maior ainda entre aqueles que estão no governo por serem apadrinhados de aliados políticos e de caciques tucanos. Há gente que, inclusive, parece não se preocupar com os rumos do governo e muito menos com os efeitos de desgastes cotidiano sobre o governante. Tem caso que parece até pensado e intencional.
O último ano do mandato chegou afetado por uma crise econômica que deixa as prefeituras em maus lençóis. Romero, que ao assumir resolveu os salários em atraso e vinha pagando desde que assumiu a folha em dia (com exceção para o impasse da saúde), penou para dar conta dos salários de dezembro.
E entre as conseqüências inevitáveis estão as reações da oposição, que apenas e tão somente cumpre seu papel se fiscalizar e "atanasar" o governo, apontando todos os problemas e falhas, tenham estas justificativa ou não.
A oposição cumpre seu papel. Quem não cumpre é a base aliada. Quantos vereadores estão dispostos a interromper as férias nas areias quentes de João Pessoa para ocuparem os espaços na defesa do tucano? Um ou dois.
E quantos secretários, sobretudo nas pastas mais estratégias e de maior caráter político, se propõem a acordar bem cedinho e ir de rádio em rádio, de redação em redação, explicar – ou pelo menos tentar explicar – o que deve ser explicado?
Quantos estão a postos para tratar diretamente com servidores insatisfeitos ou fornecedores queixosos? Quantos se escalam para desafiar os opositores para o debate? Uns poucos.
E acaba ficando o próprio prefeito com a incumbência de ser promotor e defensor da sua gestão, de tentar repercutir o que é positivo e responder às críticas.
Se em outubro Romero se reeleger, todos do seu governo estarão vencendo com ele. Mas, se sofrer um revés, estará sozinho na derrota. Porque o oportunismo é parceiro somente do sucesso.
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