O presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria da Administração Penitenciária da Paraíba (Sindseap), Manuel Leite, divulgou nota comentando as prisões da diretora e da diretora adjunta do Presídio Feminino da penitenciária Raymundo Asfora, na qual critica o trabalho da Polícia Civil, afirmando que “elas (as diretoras) deveriam ser, no máximo, afastadas dos seus cargos, até que a Justiça chegasse às suas conclusões”.
De acordo com a Polícia Civil, as duas diretoras, tendo um
advogado – que também foi preso – como cúmplice, fraudavam processos de redução
de pena, em favor de algumas detentas, por meio do registro de dias de trabalho
que não foram cumpridos.
A nota teve pouca repercussão, mas, uma declaração do
presidente da entidade sindical chama a atenção e tem caráter alarmante, ao
tratar como inevitável a criação de vínculos entre agentes penitenciários e
apenados, vínculos estes que, de acordo com o sindicalista, podem resultar em
ações ilegais. Ainda mais surpreendente é o sindicalista avaliar que tais ocorrências
não devem provocar repulsa. Veja a impressionante declaração do senhor Manuel
Leite:
“Na avaliação do presidente, a convivência permanente do
agente penitenciário com os presos cria, inevitavelmente, um vínculo que pode
resultar em ações ilegais, mas que nem sempre merecem ser vistas como algo de
tamanha repulsa nos meios de comunicação e na sociedade. “Vamos aguardar os
desdobramentos das investigações, mas desde já o Sindseap se mantém à
disposição das diretoras”, afirmou.
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