Crítico voraz, Metuselá Agra critica autocrítica na Câmara

Na sessão da última terça-feira, 29, o vereador Metuselá Agra (PMDB) ficou enfezado com as críticas formuladas pelo seu colega de parlamento Alexandre do Sindicato (PROS), que condenou o que considera desorganização da Câmara Municipal de Campina Grande no que se refere à listagem de matérias já aprovadas. Coisa que todo mundo reconhece.

Muito irritado, Metuselá fez uma defesa apaixonada da Câmara, afirmando que o parlamento municipal não é “casa de Noca”, condenou a fala do colega, disse não sofrer qualquer dificuldade em relação a evitar a apresentação de projetos repetidos e reclamou da autocrítica na Casa de Félix Araújo. “Vamos tentar elevar essa casa. Vamos tentar melhorar essa casa. Agora, sem fazer autocrítica direta a essa casa”.

O arroubo de Metuselá é curioso. Vereador de atuação discreta e pequena produção de projetos, o peemedebista volta e meia vira manchete justamente pela voracidade das críticas que faz ao cotidiano do parlamento municipal (sem falar naquelas dirigidas ao próprio partido). No final de junho, por exemplo, usou termos duríssimos para condenar o que considerava morosidade da Comissão de Justiça e Redação, com palavras tão extravagantes que, no dia seguinte, acabou tendo de se desculpar.

À época, Metuselá reclamou da atuação do presidente do grupo de trabalho, Bruno Cunha Lima, que sequer estava presente para se defender, classificou a suposta demora como algo “vergonhoso” e perguntou se os membros da comissão estavam fazendo papel de “palhaços” e “bobos da corte”. Veja o trecho:

“E os demais integrantes da comissão dizem que não são convocados para reuniões e quando tem parecer é unilateral, só da presidência, ou seja, e os demais integrantes da comissão estão lá fazendo papel de que? De palhaços? Ou apenas sendo bobos da corte? Ou são componentes de verdade da comissão? Essa comissão está funcionando?”, questionou (Metuselá). No outro dia, com a presença de Bruno, se desculpou.

O exemplo é apenas um, a revelar o curioso caso do vereador crítico que critica a crítica dos outros, como se somente a ele fosse dada a capacidade de promover a autocrítica.

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