Um quarto dos vereadores de Campina Grande deve disputar cadeira na Assembleia


Pelo menos dez dos 23 vereadores que compõem a Câmara Municipal de Campina Grande admitem estudar a possibilidade de concorrer nas eleições do ano que vem para a Assembleia Legislativa. A lista inclui os tucanos Tovar Correia Lima, Bruno Cunha Lima e Inácio Falcão, os perrepistas Nelson Gomes Filho e Jóia Germano, os peemedebistas Olímpio Oliveira e Metuselá Agra, o comunista Napoleão Maracajá, além de Alexandre do Sindicato (PTC) e Rodrigo Ramos (PMN).

Mas, seguindo o que historicamente costuma acontecer, ou seja, uma razoável diferença entre o número de pré-candidatos e de candidatos, o grupo tende a diminuir até o ano que vem. A preço de hoje, observando e realidade partidária e pessoal de cada vereador, é possível apontar seis nomes como prováveis postulantes a uma das cadeiras na Casa de Epitácio Pessoa: Tovar, Inácio, Nelson, Jóia, Olímpio e Napoleão.

Tovar, eleito para o segundo mandato, está licenciado da Câmara Municipal porque assumiu a chefia de gabinete do prefeito Romero Rodrigues. Chegou a se inscrever para as eleições de 2010, mas, atendendo às conveniências do seu grupo político, renunciou. Esse é justamente um dos aspectos que colocam seu nome à frente do de Bruno Cunha Lima, que também estaria de olho na Assembleia Legislativa.

Os dois são membros do grupo Cunha Lima e, por isso, é provável que apenas um saia candidato. Enquanto Tovar está no segundo mandato e já abriu mão uma vez de concorrer, cedendo em favor do seu núcleo político, Bruno, de apenas 22 anos, exerce o mandato parlamentar pela primeira vez.

O também tucano Inácio Falcão, por sua vez, não participa de discussões em grupo, mesmo porque, em razão de suas posições políticas, é considerado um estranho no ninho. Dentro do PSDB, muitos garantem que Falcão não teria apoiado o correligionário Romero Rodrigues no pleito do ano passado, coisa que o vereador nega. Ele foi candidato em 2010, mas ficou longe de se eleger.

No caso do PMDB, o mais provável é que Metuselá fique pelo caminho. O vereador, que é médico, tem mantido uma postura distante na Câmara e, pelo menos até o momento, não demonstra tônus para uma disputa acirrada. Rodrigo Ramos e Alexandre do Sindicato sofrem com falta de estrutura para o projeto. O primeiro foi eleito com ajuda do prestígio de mãe, que era diretora do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, a maternidade municipal, cargo que deixou com a posse da nova gestão.

O segundo teve o apoio de parte do segmento evangélico local e do grupo ligado ao Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Prestadoras de Serviço de Campina Grande, força pouca para impulsioná-lo à Assembleia Legislativa. Enquanto isso, Nelson Gomes Filho, com o prestígio de três mandatos como presidente da Câmara, já confirmou que pretende concorrer.

Seu companheiro de partido, Jóia de Germano, deverá tentar a sorte outra vez. Em 2010, ele ficou na segunda suplência. O primeiro suplente, Reginaldo Pereira, elegeu-se prefeito de Santa Rita, de modo que uma licença de Eva Gouveia (hoje no PSD) chegou a ser discutida para que o vereador fosse guindado à Assembleia. Eva assumiria, a convite do prefeito Romero, uma secretaria no Município, mas o acordo acabou não vingando, para frustração de Jóia.

O peemedebista Olímpio Oliveira e o comunista Napoleão Maracajá admitem o interesse nas eleições de 2014, mas afirmam que a possibilidade ainda está sendo estudada.


Apenas um nome da Câmara se elegeu em 2010

Três vereadores de Campina Grande disputaram as eleições para deputado estadual em 2010 e apenas Daniella Ribeiro (PP) se elegeu. Inácio Falcão, campeão de votos daquela legislatura no parlamento municipal, amargou a quebra de uma tradição, em que os últimos vereadores mais votados na Rainha da Borborema acabaram conseguindo, em seguida, garantir vaga na Assembleia Legislativa.

Com 13.853 votos, o tucano ficou apenas na sétima suplência. O peemedebista Olímpio Oliveira, que quer sair candidato, acredita que a razão para tão fraco desempenho de representantes da Casa de Félix Araújo se justifique pelo fato de, segundo ele, o mandato acabar dando pouca projeção aos vereadores, mesmo aqueles que são reconhecidamente mais atuantes.

“A Câmara, lamentavelmente, não trabalha para exaltar o trabalho de quem trabalha nesta casa. Os vereadores de Campina Grande continuam sendo vistos de forma negativa pela população, por quem vota. Se você não trabalha bem a sua imagem, se você não diz minimamente aquilo que está fazendo, já entra numa disputa desta em desvantagem”, avalia. Sobre seus planos para 2014, Olímpio revelou que tudo está em banho-maria. “Não tenho certeza se serei candidato a deputado estadual ou não. Depende de uma conjunção de fatores. Acredito que o cenário ainda não está muito bem claro na minha mente”.

Diante do quadro apontado pelo peemedebista, com incertezas reinando entre os pré-candidatos, o presidente da Câmara, Nelson Gomes Filho, é o único vereador a de Campina Grande afirmar categoricamente que será candidato a deputado estadual. “Meu nome está à disposição do partido e, se Deus quiser, irei concorrer a uma cadeira na Casa de Epitácio Pessoa”, confirmou Nelson.

Para piorar as perspectivas dos pré-candidatos, a justiça estabeleceu a diminuição do número de deputados estaduais, de 36 para 30, a partir das próximas eleições. A Assembleia Legislativa já anunciou que vai recorrer da decisão.

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