PT testa poderio da “bolsa-reeleição” com boato que alvoroça beneficiários em metade do país

É preciso ser muito crédulo – ou cético, depende do ponto de vista – para acreditar que a boataria que se espalhou pelo país dando conta, ao mesmo tempo, de um suposto fim do Bolsa Família e a concessão de um abono do dia das mães nada teve a ver com a convenção do PSDB e as eleições de 2014.

A prova de que tem caroço grande nesse angu está no discurso afinado que a militância petista começa a, de forma bem ensaiada, deblaterar, espalhando por aí como fato, acusando como origem do boato o ninho tucano. É, mal comparando (permitam os termos, que são consoantes, todavia, ao nível da história), o mesmo caso do sujeito que solta a bufa e é o primeiro a reclamar da catinga, para culpar os outros.

Entretanto, é certo que o tumulto não foi provocado apenas para começar a atacar os adversários. Há, por trás do jogo de vale-tudo que o PT trava pela manutenção do poder, uma estratégia a médio prazo, na qual essa jogada do fim de semana tem algum papel importante a desempenhar.

No mínimo, o tumulto absurdo que se viu em metade do país serviu como um teste do poder de mobilização do programa, que há de funcionar como uma espécie de “bolsa-reeleição” para o PT. Se Dilma Rousseff for candidata à reeleição e o processo apontar riscos à sua vitória, não tardará a uma nova onda de “boatos” espalhar que se o PT deixar o trono o Bolsa Família acaba.

É somente uma das muitas estratégias que o partido da estrela estará pronto a sacar a fim de garantir o domínio do poder. Apenas mais uma, porém, decerto, a mais eficiente.

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