Há quem reclame que a presidente Dilma Rousseff (PT) não vem ao Nordeste. Intriga da oposição! Invenção da imprensa golpista! (diriam os petistas). Onde estava a ilustre companheira presidente da República no carnaval? Podia estar à beira da Sapucaí, mas, não! Podia estar aproveitando os ares gaúchos, mas não! Estava no Nordeste. Mais precisamente, na Bahia.
Vá lá que Dilma não foi ver o Sertão baiano. O território do estado é grande demais, e a presidente optou pelo litoral. Sol, mar, sombra e água de coco numa praiazinha quase particular. Os nobres e fiéis petistas lembrariam que, seja como for, é Nordeste. Então, é mentira da oposição, é ardil da imprensa golpista dizer que Dilma não sabe onde fica o Nordeste.
Tanto sabe que veio à Bahia e, ao chegar à Base Naval de Aratu, deu uma topada de arrancar a cabeça do dedão. Trincou o osso do dedão. Por isso, por causa de um dedo machucado, vai ficar duas semanas usando proteção no pé e sob às vistas dos médicos. Por isso, por causa de um dedo machucado, cancelou a visita a Serra Talhada, em Pernambuco, onde inauguraria, nesta segunda-feira, uma adutora.
“Ora!”, diriam os fiéis petistas, “a presidenta (com A) não pode pôr em risco a saúde do seu dedão para se embrenhar no Sertão de Pernambuco”. Verdade! Fosse ao menos no Litoral. Fosse uma praia isolada e inacessível pelas bandas de Porto de Galinhas. Mas, Serra Talhada? Terra de Lampião? Capital do xaxado?
E a presidente da República pode xaxar? Pode não. Fosse uma polca, um fandango, uma valsa, aí talvez pudesse, não fosse a cinturinha dura. Mas, xaxado?! Em terra de Virgulino Ferreira da Silva?! Seria se rebaixar demais.
Por sinal, a gente do Sudeste ficou besta quando, no Piauí (onde, este ano, o dedão presidencial, ainda inteiro, pisou pela primeira vez), a presidente foi levada a vestir um traje de vaqueiro. Acharam meio ridículo. Chapéu de couro e gibão?! Fossem as vestes dos pampas, vá lá! Mas, roupa de matuto?
A seca acaba com o Nordeste, dizima rebanhos, expulsa retirantes, espalha a miséria, mata bicho e gente, transforma gente em bicho, às centenas, aos milhares, numa tragédia aterradora, mas a presidente da República não se queda a sequer vir ver de perto a dor do seu povo. E ainda há quem ache normal. E ainda há quem defenda.
Fosse no Sul! Fosse no Sudeste! Dilma Rousseff não tem lágrimas para pelo menos chorar a dor do nordestino. Que o povo se apegue a sua fé! A região e a desgraça da estiagem sequer aparecem nos discursos presidenciais entre as prioridades de governo. Que o povo clame a Deus!
Imagina se esse povo, povo dessa região onde miséria é indústria, não tivesse perdido a capacidade de se indignar, de vencer o torpor dos programas sócio-eleitoreiros? O Nordeste se transformaria em uma pedra no caminho de Dilma e sua legenda. Uma pedra no caminho para arrancar cabeças de dedos de quem se faz de cego para não ver o sofrimento de tantos nordestinos.
Vá lá que Dilma não foi ver o Sertão baiano. O território do estado é grande demais, e a presidente optou pelo litoral. Sol, mar, sombra e água de coco numa praiazinha quase particular. Os nobres e fiéis petistas lembrariam que, seja como for, é Nordeste. Então, é mentira da oposição, é ardil da imprensa golpista dizer que Dilma não sabe onde fica o Nordeste.
Tanto sabe que veio à Bahia e, ao chegar à Base Naval de Aratu, deu uma topada de arrancar a cabeça do dedão. Trincou o osso do dedão. Por isso, por causa de um dedo machucado, vai ficar duas semanas usando proteção no pé e sob às vistas dos médicos. Por isso, por causa de um dedo machucado, cancelou a visita a Serra Talhada, em Pernambuco, onde inauguraria, nesta segunda-feira, uma adutora.
“Ora!”, diriam os fiéis petistas, “a presidenta (com A) não pode pôr em risco a saúde do seu dedão para se embrenhar no Sertão de Pernambuco”. Verdade! Fosse ao menos no Litoral. Fosse uma praia isolada e inacessível pelas bandas de Porto de Galinhas. Mas, Serra Talhada? Terra de Lampião? Capital do xaxado?
E a presidente da República pode xaxar? Pode não. Fosse uma polca, um fandango, uma valsa, aí talvez pudesse, não fosse a cinturinha dura. Mas, xaxado?! Em terra de Virgulino Ferreira da Silva?! Seria se rebaixar demais.
Por sinal, a gente do Sudeste ficou besta quando, no Piauí (onde, este ano, o dedão presidencial, ainda inteiro, pisou pela primeira vez), a presidente foi levada a vestir um traje de vaqueiro. Acharam meio ridículo. Chapéu de couro e gibão?! Fossem as vestes dos pampas, vá lá! Mas, roupa de matuto?
A seca acaba com o Nordeste, dizima rebanhos, expulsa retirantes, espalha a miséria, mata bicho e gente, transforma gente em bicho, às centenas, aos milhares, numa tragédia aterradora, mas a presidente da República não se queda a sequer vir ver de perto a dor do seu povo. E ainda há quem ache normal. E ainda há quem defenda.
Fosse no Sul! Fosse no Sudeste! Dilma Rousseff não tem lágrimas para pelo menos chorar a dor do nordestino. Que o povo se apegue a sua fé! A região e a desgraça da estiagem sequer aparecem nos discursos presidenciais entre as prioridades de governo. Que o povo clame a Deus!
Imagina se esse povo, povo dessa região onde miséria é indústria, não tivesse perdido a capacidade de se indignar, de vencer o torpor dos programas sócio-eleitoreiros? O Nordeste se transformaria em uma pedra no caminho de Dilma e sua legenda. Uma pedra no caminho para arrancar cabeças de dedos de quem se faz de cego para não ver o sofrimento de tantos nordestinos.
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