Segundo senador, Europa quer "exportar desemprego" para a América do Sul


Ao mesmo tempo em que fortalece os canais de comunicação com a Europa, o Mercosul deve tornar clara sua divergência em relação ao melhor caminho para sair da crise econômica mundial, disse nesta quinta-feira (24) o senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul). O senador participou, em Santiago, no Chile, da abertura da Assembleia Parlamentar Eurolatinoamericana (Eurolat).

Na opinião de Requião, os países europeus erram ao adotar a ortodoxia econômica para superar a recessão.

- O momento é de conversar, mas não aceitar o liberalismo econômico. Este é o momento de mostrar que eles estão errados e são uma sucursal da Goldman Sachs – disse Requião por telefone à Agência Senado, em uma referência ao banco norte-americano de investimento.

O senador criticou a política de corte de gastos sociais promovida pela União Europeia (UE) e defendeu o modelo brasileiro de superação da crise econômica, que vai “exatamente em sentido contrário à da Europa”, como observou.

Acordo

Para ele, deve ser vista com cautela a intenção dos europeus de retomar as negociações com o Mercosul a respeito de um acordo de livre comércio entre os dois blocos, interrompidas desde 2004. Ele atribui a tentativa de reabrir as negociações ao “desespero” da Europa, que estaria tentando transferir seus problemas à América do Sul.

- Os europeus querem passar seus problemas para cá. Querem exportar mercadorias e desemprego. Temos que resistir a isso. Crise mundial precisa de solução solidária, mas não prejudicando o nosso bloco – afirmou Requião.

A Eurolat ocorre dois dias antes da abertura da 1ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) - União Europeia. A Celac, novo mecanismo de promoção do diálogo político regional, foi criada em 2010, durante cúpula de chefes de Estado da região realizada no México.

Agência Senado

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