Opinião: Matar "polícia" pode


A “Rota”, unidade de elite da Polícia Militar de São Paulo, é conhecida como um núcleo violento. Vide, por exemplo, o livro “Rota 66”, de Caco Barcellos, um relato parcial a respeito da corporação. Além disso, haveria estatísticas mostrando que a unidade é campeã em número de mortes em confrontos envolvendo a polícia em São Paulo.

Seja como for, é evidente que cada morte deve ser apurada com rigor, sobretudo porque ninguém desconhece que os excessos são freqüentes – em todo o País. É preciso qualificar a polícia, inclusive fornecendo instrumentos não letais, além de romper o corporativismo para punir duramente quem usa a farda para praticar crimes.

No entanto, há que se reconhecer também que a grande mídia, potencializando um discurso estúpido, alienado e nefelibata dos “filósofos” da esquerda, dá eco a uma exagerada fobia contra a polícia no Brasil. Um discurso que encontra suporte em segmentos jurídicos e movimentos como os chamados “direitos humanos”.

Quando, recentemente, nove indivíduos com longas fichas criminais morreram em confronto com a Rota, houve ampla repercussão e, de imediato, o setor de “diretos humanos” da OAB paulistana entrou em ação, requisitando acesso à investigação.

Mas, pouco se fala nos pais de família, dezenas deles, que foram mortos, executados friamente somente este ano em São Paulo. Pouco se fala porque eram policiais, muitos, inclusive, da Rota. É como se bandido matar “polícia” fosse um crimezinho de segunda, mas polícia matar bandido, ainda que em confronto, fosse uma aberração repudiável.

Não é à toa que a população em geral, a despeito de absorver passivamente esse tipo de entendimento, ao mesmo tempo rejeita, repugnada, o desiderato prático e efetivo dos chamados “direitos humanos”. Quem é vítima da criminalidade não pode engolir lorotas unilaterais de almofadinhas de gabinetes refrigerados e filósofos teóricos em defesa, salvo poucas exceções, de bandidos – e apenas bandidos.

Quanto à polícia, seja a Rota de São Paulo, o Bope do Rio de Janeiro ou a extinta Bacural de Campina Grande, não se pode admitir que seus agentes pratiquem violência (o que é diferente, ressalte-se, do uso legítimo e progressivo da força). Da mesma forma, porém, não dá para admitir que policiais virem alvos fáceis para criminosos.

Quem atinge um soldado atenta contra toda a corporação – e, mais que isso, afronta a lei e a ordem e violenta toda a sociedade.

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