1. A primeira razão é, na verdade, um questionamento: por que cargas d’água candidatos a prefeito de Campina Grande devem ir à João Pessoa participar de debates? Não há rádios em Campina? Não há TV’s em Campina? Não há entidades em Campina onde se possa e se deva debater? O candidato deve estar onde o eleitor está. E não a 130 quilômetros de distância;
2. A mídia da Rainha da Borborema enfrenta um processo que já passou da estagnação para o encolhimento. Quando prefeitáveis deixam a cidade para debates na Capital do Estado, estão dando sua parcela de contribuição a esse processo lastimável. Aqueles que se propõem a serem governantes de uma cidade como Campina Grande não podem contribuir com um processo prejudicial à cidade;
3. Mesmo no caso das TV’s abertas, que “pegam” também em Campina, o problema mencionado acima se repete. Empresários da comunicação têm transformado a Rainha da Borborema em fundo de quintal da mídia. Há cortes de investimentos na cidade, onde emissoras, jornais e até portais têm se transformado em meras sucursais. Ora, se até os candidatos a prefeito se sujeitam a se deslocarem até a capital para debates, porque as empresas vão investir na cidade?
4. Além de tudo, essa “moda” que está sendo criada de prefeitáveis campinenses debaterem na capital é uma contramão do ponto de vista prático. São muitas as emissoras e os debates – assim como as entrevistas presenciais – acabam fazendo com que os postulantes tenham que dividir a apertada e cansativa agenda de campanha entre Campina Grande e João Pessoa. Para um custo/benefício pouco relevante;
5. Se todos os candidatos pudessem chegar a um consenso, anunciando, em comum acordo, a recusa a participarem de entrevistas e debates fora da cidade, estariam dando uma demonstração de maturidade política e, sobretudo, fortalecendo a fragilizada mídia local e, por conseguinte, resguardando os interesses de Campina Grande. E é isso que se espera de um prefeito.
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