Morte de Félix Araújo completa 59 anos. Hoje deveria ser um dia reverenciado em Campina

Hoje deveria ser um dia solene para Campina Grande. O tombamento do poeta, pracinha, jornalista, tribuno e líder político Félix de Souza Araújo completa 59 anos. A cidade tinha que reverenciar esta data, em respeito ao legado de idealismo e honra que Félix deixou-nos, escrevendo seus termos finais com o próprio sangue.

As crianças nas escolas precisam ser apresentadas à história desse jovem que tantas vezes, com palavras e gestos, declarou seu amor à nossa terra. Não se trata de cultuar um agente político que desapareceu há mais de meio século, mas de reconhecer a grande história desse personagem que, em apenas pouco mais de 30 anos de vida, viveu de forma tão impressionantemente intensa, movido por um ideal.

Uma história que não precisa de retoques ou omissões. Ao contrário do que muitas vezes fazem com personalidades políticos históricos, Félix Araújo não precisa ser tratado como um mito, um asceta, um ídolo com tons de santidade. Pode e deve ser reconhecido como um homem. Um grande homem, um grande exemplo.

A história de Félix deve ser contada e recontada porque inspira, admira, desperta o sentimento de cidadania e convida à reflexão sobre a necessidade premente de cada um de nós fazer algo mais que cuidar do próprio umbigo. A memória de Félix traz de volta um desiderato que tem se perdido no tempo. O desiderato da política como sacerdócio, ferramenta para servir ao próximo, instrumento de transformação social.

Talvez por isso nossas autoridades, até mesmo na Câmara Municipal, casa da qual é patrono, insistam em ignorar a importância da data. Diante da política predominantemente pequena, feita por políticos predominantemente pequenos, despreparados, inaptos, ignorantes, que buscam o poder para dele se servir, sugando sofregamente as mamas da coisa pública, diante desta maioria, o legado de Félix constrange.

Todavia, um dia ainda haveremos de ter governantes com a devida estatura, que saibam transformar o 27 de julho numa data a ser celebrada pelos campinenses. Até porque “esta terra de bravos / Não será terra de escravos / Nem reinado de opressão” (Félix Araújo). Viva o legado de Félix Araújo! Viva Campina Grande!

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