As eleições para a reitoria da Universidade Estadual da Paraíba são, na verdade, uma consulta prévia à comunidade acadêmica. Cabe ao governador do Estado homologar – ou não – o resultado. Nos últimos anos, os resultados das urnas têm sido respeitados pelos governadores. Assim, quem é mais votado conquista a reitoria.
Uma prática saudável e justa, afinal, o ambiente universitário diferencia, e muito, dos círculos restritos e elitizados de outros órgãos onde fica a cargo do governo nomear alguém em meio a uma lista previamente apresentada pelos pares dos candidatos. Multifaceta em todos os aspectos, a universidade é um microcosmo, um paradigma em escala reduzida da sociedade e sua estrutura como um todo.
Hoje à tarde, durante a entrevista na rádio em que fez duras críticas aos candidatos a reitor Rangel Júnior e José Cristóvão de Andrade, o ex-vice-reitor Flávio Romero afirmou categoricamente que pessoas próximas a Andrade estariam alardeando que ele será reitor da Estadual mesmo que não vença as eleições. Ou seja, haveria, supostamente, um acordo entre Andrade e o governo.
A dúvida que paira no ar, todavia, é pesada. Como o Palácio da Redenção poderia arrumar mais uma tremenda indisposição com a UEPB, ignorando a preferência de professores, técnicos e alunos, para homologar o nome de Andrade, que recentemente trabalhou para promover uma greve que teria sido extremamente danosa para a imagem do Governo do Estado?
Se aquela greve, defendida com afinco por Andrade, tivesse sido deflagrada, a grande prejudicada não teria sido a reitora Marlene Alves, nem tampouco o seu candidato a reitor, Rangel Júnior. A paralisação, com indícios de que descambaria para um movimento ainda mais radical, teria sido desastrosa mesmo era para o Palácio da Redenção.
E, ainda assim, agora, o governador estaria disposto a pôr a mão no fogo e sofrer um desgaste tremendo, que prejudicaria inclusive a pré-candidatura a prefeito do deputado federal Romero Rodrigues (PSDB), para apoiar Andrade? Essa matemática não bate.
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