Hermano Nepomuceno foi o articulador das tentativas finais de “segurar” o PT, mas promessas acabaram não surtindo efeito

Chegamos à terceira (e, por ora, última) postagem com informações e detalhes colhidos junto a uma fonte petista a respeito dos episódios de bastidores que antecederam a decisão da maioria dos delegados do PT de pôr fim à aliança com o PMDB do prefeito Veneziano Vital do Rêgo e da pré-candidata Tatiana Medeiros, aderindo ao PP da deputada estadual e prefeitável Daniella Ribeiro.

Segundo nosso contato, “sentindo que perderia o partido, Veneziano foi para a ofensiva e nomeou Hermano Nepomuceno como o articulador e homem que iria propor benesses a pessoas chaves”.

Na seqüência, dá detalhes, e afirma que Veneziano e Hermano teriam prometido entregar a Agência Municipal de Desenvolvimento Econômico (Amde) a Socorro Ramalho, reacomodando Tico Lira. “Venha para a Amde. Dou uma agitada em Tico e o transfiro para a Secretaria Executiva”, teria dito Veneziano a Socorro.

Para a ex-presidente do diretório municipal Terezinha Cavalcante teria sido oferecida a Chefia de Gabinete. “Terezinha, venha para a Chefia de Gabinete. Hermano caiu como uma luva, mas é candidato e Ivaldo tem problemas de encaminhar os processos administrativos”, teria declarado o prefeito.

No fim, um relato sobre os esforços finais do prefeito e dos petistas mais próximos para tentar conter a revoada do partido. “Quando saiu a lista dos delegados para o encontro do PT, Gustavo Pontinelle pegou a lista e foi ao apartamento do prefeito, juntamente com Hermano, Alexandre, Charles Moura e Flávia Maria”, revela.

“Com a lista em mãos, o prefeito começou a ligar para cada um dos delegados, principalmente os que tinham cargos de confiança na gestão municipal. Foram quatro dias de muitas pressões e angústias”, conclui nossa fonte.

Nota do blog

O espaço para que outras alas do PT, ou mesmo militantes individualmente, possam se manifestar sempre esteve e estará aberto. Já solicitamos diretamente a Gustavo Pontinelle que seu grupo apresente as ponderações que desejar, para que as publiquemos.

A decisão do PT de aderir a Daniella Ribeiro é, não por acaso, o tema do momento na política campinense. E não somente por se tratar da decisão de um partido de expressão, mas pelo que esse movimento provoca no tabuleiro dos acertos e desacertos que determinarão o cenário do pleito de outubro.

1 Comentários

Anônimo disse…
No dia 3 de dezembro de 2011 o Diretório Municipal dos Partidos Trabalhadores de Campina Grande aprovou que o partido não apoiaria candidato a prefeito de outro partido, na prática significa dizer que o diretório decidiu pela candidatura própria.
Neste mesmo dia por 16 a 2 ficou decidido pela não realização das prévias, ficando marcado para o dia 04 de março a eleição dos delegados. Tais delegados seriam eleitos para escolherem o pré-candidato a prefeito. Acontece que para aprovar a não realização de prévias seria necessário o voto de 2/3 dos membros do diretório; como tinha muito menos, tal decisão não poderia ser tomada naquele dia. Ou seja, foi uma aprovação irregular.
Por motivos organizacionais não foi possível realizar a eleição de delegados na data marcada, tendo acontecida somente dia 14 de abril de 2012; mais de 4 meses depois da decisão da candidatura própria.
Estes 200 delegados foram eleitos com a grande missão: escolher o pré-candidato do PT a prefeito de Campina Grande; os filiados foram votar e assim eleger delegados cientes que “agora é a vez do PT”. Somente após os delegados eleitos é que foi aberto o prazo de inscrição para quem quisesse concorrer a pré-candidato do PT a prefeito de Campina Grande. Três se inscreveram. Acontece que pelo regulamento a inscrição de candidatos a pré-candidato deveria ter sido antes da eleição para delegados. Ou seja, outra irregularidade.
E no grande dia, o dia que os delegados iriam escolher o pré-candidato, aconteceu em poucos minutos o que tinha sido descartado e não mais sido discutido desde o dia 03 de dezembro de 2011: apoiar a candidatura de outro partido. Tudo aconteceu muito rápido. Em questão de minutos toda aquela história de candidatura própria foi abandonada.
Não vou dar nome a tal situação, mas ela aconteceu não de um dia para o outro; mas no intervalo de minutos, lá dentro do auditório do redentorista: o que seria uma candidatura própria se transformou no apoio ao PP. O que foi conversado antes daquele encontro sobre apoiar o PP não passou pelo democrático debate entre todas as forças e militantes petistas.
Sobre a ampla votação dos delegados em prol da aliança cito a frase do jornalista Marcos Marinho: “um exército praticamente de graça que consegue na periferia transformar gente em massa de manobra”. Apenas faço uma ressalva, de ambas as partes tiveram votos qualificados, mas uma boa parte dos delegados foi levada a rasgar o estatuto e o regulamento do partido quando optaram por um caminho que não tinham o direito. Os estatutos e regulamentos servem, também, para limitar arbitrariedades; o que aconteceu domingo, 22, não tem nada haver com soberania.

Reginaldo Borges Barbosa