Na CMCG, ambulantes dizem que pernambucanos invadiram o Calçadão e que "inchaço" na área é ordem de fiscais da PMCG

Representantes dos vendedores ambulantes que comercializam produtos diversos no Calçadão da Rua Cardoso Vieira ocuparam, ontem, a tribuna da Câmara Municipal de Campina Grande para pedir que a Prefeitura designe uma área na qual eles possam ser instalados para desenvolver sua atividade sem a ameaça de prisão e apreensão das suas mercadorias, como acontece atualmente.

“No contexto desse assunto estão nossas vidas, nosso sustento. Não se pode empurrar a economia informal com a barriga. Nós estivemos em reunião com o secretário Alex Azevedo (Obras), mas não adianta. Eles colocam policiais e seguranças da prefeitura para criminalizar os companheiros ambulantes”, reclamou o ambulante Rubens Farias Jorge.

Segundo Rubens, pessoas de fora da cidade estão aproveitando o espaço para comercializarem seus produtos e fiscais da prefeitura estariam determinando que ambulantes encontrados em outros pontos do Centro fiquem no Calçadão.

“Está vindo muita gente de Recife e Caruaru e colocando mercadorias lá. E os fiscais, ao passarem na calçada e verem uma pessoa vendendo algum produto, mandam que vá para o Calçadão. O próprio secretário Alex Azevedo manda os fiscais mandarem todo mundo para o Calçadão”, acusou.

Emocionado, o ambulante Jairo Maciel pediu respeito e dignidade na relação entre o poder público e a categoria. “Nós queremos nosso espaço, para que a sociedade não nos veja como criminosos no meio da rua. Quando acontece uma batida policial, parece que estamos no Irã ou nos morros do Rio de Janeiro. É correria, com a polícia botando a gente para sair das calçadas. Já pensou se a gente deixa de trabalhar e vai para a rua pedir esmola com nossos filhos? Pelo amor de Deus, queremos ajuda. A maioria tem mais de 40 anos e não tem mais chance no mercado de trabalho. Queremos um espaço para trabalhar”, clamou.

Procurado pela reportagem, o secretário de Obras do Município, Alex Azevedo, não atendeu aos telefonemas para se pronunciar sobre as declarações dos ambulantes. Ao fim da sessão, os vereadores decidiram que será feita uma relação dos camelôs que comercializam na Cardoso Vieira, e a lista será entregue à Prefeitura, junto com sugestões de áreas que possam ser cedidas à categoria.

Phillipy Costa / A União

0 Comentários