O PT governa o Brasil há uma década. Mais que isso, tem no ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva uma espécie de oráculo, um político que, apesar dos inúmeros escândalos que infestaram seus dois governos, deixou o poder surfando numa aprovação popular inédita, agradando tanto a elite nacional quanto os mais pobres, por atender aos anseios imediatos de cada segmento. Tamanha era (e é) a força do mito Lula, que o todo poderoso chefe petista conseguiu até fazer de uma pouco brilhante ex-ministra Dilma Rousseff sua sucessora. Nesse período, quando a estrela do PT brilhou mais forte no cenário nacional, aqui na Paraíba ela foi ficando cada vez mais fosca, mais opaca.
Desde Cozete Barbosa, o partido nunca mais teve um nome com expressão e carisma suficientes para catalisar atenções. Antes que os petistas mais exacerbados amaldiçoem este colunista até a quinta geração, complemento: não falamos da Cozete prefeita, de episódios tão conturbados, mas da Cozete militante, mulher danada; da vereadora, que infernizava adversários; da Cozete candidata a senadora, metendo-se num duelo de titãs e arrancando uma votação admirável. Nunca mais o PT teve o mesmo brilho, nunca mais empolgou. Meteu-se à sombra do PMDB, e, como ensinam os antigos, na sombra até as plantas ficam “assombradas”, não crescem, definham.
Falta brilho a Luciano Cartaxo, que foi um vice-governador apagado. Ao Frei Anastácio, apesar da postura de militante ideológico, falta conteúdo e postura de líder. Luiz Couto não tem o menor carisma. E os outros membros do partido, nem se fala! Agora, o PT quer ter candidato a prefeito em João Pessoa e Campina Grande. E deveria mesmo ter. Deveria fazer jus a sua relevância nacional. O problema é: quem? Na Capital, dá para sair com Luciano Cartaxo. Afinal, se Cícero Lucena e José Maranhão têm vez na disputa, por que não Cartaxo? Em Campina, porém, há um vazio. Aqui, a aliança com o PMDB pode ter sido boa para alguns petistas, mas foi ruim para o PT.
Opções
O deputado estadual Adriano Galdino (PSB) rasga elogios ao tucano e prefeitável Romero Rodrigues, mas não nega sua preferência por Diogo Cunha Lima. “Se (Diogo) vier, melhor. Se não, vamos de Romero, político de muitas qualidades”, comentou.
Previsão
“A cada dia fico mais convencido que Romero Rodrigues será o próximo prefeito de Campina Grande. Campina carece de um administrador humilde, competente, honesto, amigo dos amigos. Chegou a hora de Romero”, apregoou Adriano Galdino, que chegou a estudar a possibilidade de transferir seu domicílio eleitoral para disputar a vaga de vice.
Na “oficina”
O secretário estadual do Desenvolvimento e Articulação Municipal, Manoel Ludgério, foi atendido em um hospital por conta de uma alta de pressão. Mas, não perdeu o humor. “Comecei uma revisão geral da saúde. Quero sair da oficina novinho”, brincou.
Não muda
Manoel Ludgério está realizando vários exames, mas, mesmo assim e apesar da recomendação médica de absoluto repouso, não cancelou a agenda. “Hoje atendi lideranças de Lagoa seca, Barra de Santana e Queimadas”, confessa. Apesar de estar na moda os políticos realizarem plásticas, o secretário avisa que não vai mexer na “lataria”.
No aquecimento
Quem deverá voltar à disputa de uma vaga na CMCG é o ex-vereador João Ricardo de Lima. Eleito no ano 2000 com 1.611 votos, ele somou apenas 809 em 2004, ficando na suplência. Para quem não ligou o nome à pessoa, trata-se do popular Negão do Café.
O principal
Um dos inúmeros pré-candidatos a vereador em Campina que já começaram a fazer campanha resolveu usar os torpedos de celular para se promover. Evangélico, na SMS ele pede “a oração e o apoio” dos irmãos. Mas, esperto, não esquece: “E o voto, claro”.
Vamos pensar
Já repararam que praticamente todos os políticos repetem a conversa batida de que são candidatos “pela vontade do povo”? Ora, raciocinemos: Se os políticos fossem atender realmente a vontade do povo, não seria para uma campanha que o povo os mandaria.
Publicado no DB de domingo, 29 de janeiro
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