Em 1947, o ex-governador Argemiro de Figueiredo, chefe estadual da UDN, resolveu bancar uma candidatura doméstica a prefeito de Campina Grande. Em meio a inúmeros nomes de próceres udenistas, Argemiro optou pelo cunhado, Veneziano Vital do Rêgo, avô do atual prefeito. O escolhido não era, nem de longe, o melhor candidato, mas o critério para a definição foi a confiança. Veneziano era totalmente fiel ao cunhado e, durante o tumultuado período da revolução de 1930, não hesitou em pôr a própria vida em risco para defender a família. Para Argemiro, era o bastante, e ele acreditou que poderia transferir para seu candidato parte do próprio brilho político.
A decisão pessoal do ex-governador, ignorando totalmente as objeções de boa parte da cúpula udenista, provocou uma cisão no partido, e a ala ligada ao ministro José Américo de Almeida lançou candidato o médico Elpídio de Almeida, que acabou derrotando o major Veneziano – e Argemiro. Passados 65 anos, o prefeito Veneziano caminha para repetir o gesto do chefe udenista, ao que tudo indica bancando o nome da secretária Tatiana Medeiros para a disputa majoritária de outubro. Tatiana não paz parte da família Vital do Rêgo, mas é figura da estrita confiança do prefeito e, dentre seu corpo de auxiliares, é claramente a mais empenhada em defender sua administração.
Essa postura, aparentemente inamovível, de Veneziano, magoa e irrita alguns peemedebistas, novos e velhos, dividindo o partido. Ao contrário de 1947, contudo, as defecções dificilmente chegarão a um racha, porque os mais irritados e magoados não têm estatura política (e, possivelmente, nem coragem) de se rebelar contra o chefe peemedebista. Aliás, antevendo, ainda que parcialmente, o cenário, o vereador Fernando Carvalho (agora no PT do B) foi o único a rebelar-se efetivamente. E ele bem que gostaria de repetir o feito de Elpídio de Almeida em 1947. Se conseguirá, não há como saber. Mas, que Veneziano vai repetir o gesto de Argemiro, isso é bem provável.
Numerado
As convenções partidárias só acontecerão em junho, mas o vereador Cassiano Pascoal já sabe qual deverá ser seu número nas urnas em outubro: 15123. O número foi usado, nas eleições 2008, por Serginho Gois, que agora faz parte dos quadros do PSD.
Resultado
Em resposta ao Diário Político do dia 31, a reitora da UEPB, Marlene Alves, assumiu a responsabilidade pela republicação do livro “Pedaços da História de Campina Grande”, de autoria de Cristino Pimentel, obra hoje raríssima. Mais uma demonstração do compromisso da UEPB com a história da nossa cidade. À reitora, nossos agradecimentos.
Armação
O governador Ricardo Coutinho acusou seus adversários (segundo ele adversários da Paraíba) de plantar denúncias em revistas de circulação nacional contra seu governo. As declarações do governador foram dadas durante seu programa semanal de rádio.
Procedimento
“Isso é um indício de que nós estamos no caminho certo. Quando os adversários não conseguem criticar aquilo que é feito e partem somente para inventar mentiras, é porque estamos no caminho certo. Eles sabem que não têm o que atacar e tentam se valer desse tipo de procedimento em que, mais dia ou menos dia, a máscara cai”, afirmou Ricardo.
Regra
Desde o domingo, dia 01, as pesquisas de intenção de votos devem ser registradas no Tribunal Regional Eleitoral até cinco dias antes da sua divulgação em qualquer veículo.
Armas
O prefeitável José Artur Almeida, o Artur Bolinha (PTB), deverá promover uma série de ações no primeiro trimestre para mobilizar o partido e mostrar força para as eleições.
Lixo
O aterro sanitário da cidade de Puxinanã, que deve (devia?) ser o destino do lixo de Campina Grande a partir deste mês, ainda promete render muita polêmica e controvérsia.
De fora
A sugestão do vereador Antônio Pereira de que o nome do seu colega Olímpio Oliveira fosse inserido nas pesquisas de pré-candidatos do PMDB parece não ter sido bem acolhida.
Publicado no DB de hoje
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