Conforme declarou o próprio vice-prefeito José Luiz Júnior, não houve qualquer surpresa na definição do nome da secretária Tatiana Medeiros como pré-candidata oficial do PMDB à prefeitura de Campina Grande. A decisão poderia ter sido tomada pelo prefeito Veneziano Vital do Rêgo sem a necessidade do balizamento das duas pesquisas que encomendou, primeiro porque, na condição de chefe da legenda e em conformidade com a cultura partidária centralizadora que vigora nestas terras tabajarinas, teria a autoridade para resolver por conta própria. E, em segundo lugar, porque o resultado da aferição da popularidade dos candidatos era o óbvio ululante.
Mas, buscando amainar as inevitáveis mágoas dos demais pré-candidatos, Veneziano procurou revestir o processo de um caráter democrático, no caso, através das pesquisas – o povo decidindo, nada mais justo, certo? Só que tanto Zé Luiz quanto o inquieto Walter Brito Neto trataram de apontar o paralogismo: Tatiana inevitavelmente teria o melhor desempenho, porque o próprio governo municipal a cercou com a estrutura necessária para massificação do seu nome, enquanto os demais postulantes dispunham apenas da cara e da coragem. Há, ainda, um outro aspecto a ser ponderado: Por que a recusa de incluir o nome do vereador Olímpio Oliveira nas pesquisas?
A inclusão foi um pedido do também vereador Antônio Pereira, argumentando que Olímpio, além de ter sido o peemedebista mais votado em 2008 para a Câmara Municipal, teve a melhor avaliação entre os dezesseis parlamentares campinenses numa pesquisa realizada no ano passado (mais especificamente no mês de outubro). Por que, então, a inserção do seu nome foi inexoravelmente recusada? A explicação está no próprio argumento de Antônio Pereira. Se constasse da pesquisa, o vereador Olímpio Oliveira certamente ameaçaria desbancar a secretária Tatiana Medeiros e, com isso, o pretendido caráter democrático da definição iria por água abaixo de uma vez.
Primeiro
A repórter Tatiana Brandão, do Diário da Borborema, foi a primeira jornalista a confirmar e informar (via Twitter) a decisão de Veneziano. E o Diário Político foi o primeiro a revelar que Tatiana Medeiros estava nos planos do prefeito para a sucessão municipal.
Lembrando
O Diário Político fez a revelação em 15/07/2011: “O prefeito Veneziano Vital do Rêgo já teria um candidato preferido, aliás, candidata, para disputar a prefeitura de Campina Grande. E não é a deputada Daniella Ribeiro. Trata-se da secretária de Saúde, Tatiana Medeiros, atualmente filiada ao PSL”. Pesquisem: não se falava em Tatiana antes disso.
Importação
Com a definição em favor de Tatiana Medeiros, confirmou-se o esperado: a cúpula do PMDB não conseguiu formar um candidato do partido para a sucessão municipal. Afinal, vale lembrar que a secretária pertenceu, até outubro, aos quadros do PSL.
Reações
Por ora, Walter Brito Neto, que volta e meia torpedeava Tatiana, prometeu ficar em silêncio – o difícil será cumprir a promessa. Já José Luiz, mesmo procurando manter uma postura serena, avisou: “Não serei submisso”. Após o anúncio de Veneziano, o vice-prefeito confirmou que vai se manter como pré-candidato e deve ir às convenções.
Sorte e nível
Da deputada Daniella Ribeiro: “Desejo sorte a todos os pré-candidatos a prefeito de Campina. Espero um debate de alto nível em torno de uma cidade melhor para nosso povo”.
Revolucionário
Do petebista Artur Bolinha: “Toda revolução tem seu tempo e nenhuma delas se prenuncia explicitamente. CG precisa e, cedo ou tarde, vai escrever sua própria revolução”.
Declino
O suplente de vereador Perón Japiassu, que preside a Urbema, agradeceu a lembrança do seu nome para provável vice numa chapa com o PMDB. Agradeceu, mas declinou.
Fala Perón:
“Desde o princípio me coloquei como soldado do meu partido, e, assim como a orientação do Diretório Nacional, aqui em Campina a prioridade é a candidatura do PT”.
Publicado no DB de hoje
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