DANIELLA CONFORTÁVEL. E MAIS: PORQUE FALCÃO NÃO 'VOA' DE VEZ PARA O PMDB

A deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) deverá chegar às eleições de outubro numa situação confortável. Seus prováveis principais adversários, PMDB e PSDB, travarão mais uma guerra encarniçada não apenas pela importância inquestionável do Palácio do Bispo, como também (e, para alguns, principalmente) pelas repercussões futuras desse resultado. É, naturalmente, ponto de honra para o senador Cássio Cunha Lima tentar reconquistar o controle político da cidade. E, para o prefeito Veneziano Vital do Rêgo, a eleição deste ano é mais um teste (desta vez de fogo) para seu cacife político, determinante para seus planos de alçar voos mais altos no futuro próximo.

Por tudo isso, para ambos os grupos, uma derrota em Campina Grande será um golpe duríssimo, cujas dores inevitavelmente se prolongarão por um bom tempo. Enquanto isso, a filha do ex-prefeito Enivaldo Ribeiro não precisará enxergar a corrida eleitoral como um jogo de vida ou morte. Jovem, com um mandato garantido até fevereiro de 2015 e todas as possibilidades de reeleição, tendo o irmão Aguinaldo como deputado federal e o pai como chefe absoluto do PP, se não se eleger prefeita Daniella poderá dizer tranquilamente que, se não ganhou, também não perdeu. É claro que disputar e não vencer nunca é bom negócio. Mas, eleição não é só ganhar ou perder.

Ainda que o PP saia sozinho, Daniella terá a chance de confirmar este ano uma posição de ponta entre as maiores lideranças políticas da cidade, mesmo que não vença. Assim, a hipótese (que ninguém já ousaria descartar) de uma aliança com o PMDB (na eventualidade de Tatiana Medeiros não decolar) pode não ser o melhor caminho para Daniella. Afinal, ainda que esta composição potencialize sua candidatura, tende a fragilizar seu projeto político e fazer com que a deputada e seu partido fiquem a reboque – mais uma vez – de caciques de outras legendas. A política, afinal, é tão complexa que, às vezes, até ganhar – dependendo de como se ganha – não é o melhor resultado.

Agruras

Se quiser manter seu sonho de disputar a PMCG, com a disposição de ir à convenção bater chapa com Tatiana Medeiros, o vice-prefeito José Luiz Júnior não terá vida fácil no PMDB. O mote dado na coletiva de ontem indica: rebeliões não serão toleradas.

Há vagas

A pré-candidata Tatiana Medeiros deixou claro que a escolha do vice, que não ocorrerá tão cedo, descarta a possibilidade de uma chapa puramente peemedebista. Decisão lógica, afinal, o PMDB não pode se dar ao luxo de sair com uma formação puro sangue. A questão toda agora é saber quem indicará o vice. Preferidos, PT e PSC juram recusar.

Recepção

Frustrado em seus planos, embora ainda não tenha jogado a toalha, Walter Brito Neto acertou na previsão. O PSDB recebeu com agrado a notícia da definição do PMDB. Para o prefeitável Romero Rodrigues, há racha à vista nas fileiras adversárias.

Previsível

Por falar em Walter Brito Neto, quem apostou que o polêmico ex-deputado não cumpriria a promessa feita na última quarta-feira, logo após a definição do PMDB, de se manter em silêncio a respeito dos encaminhamentos do seu novo partido, acertou. Mas, é verdade que ele tem apresentado ponderações mais amenas. A dúvida: até quando?

Mais pra lá...

A depender dos rumos que o PSDB tomará, sobretudo da aliança com o governador Ricardo Coutinho, a permanência do vereador Inácio Falcão na sigla tem dias contados.

Voar, voar...

Falcão quer voos mais altos e sente que, como tucano, até conquistar uma cadeira na AL está difícil. E se realmente apoiar outro partido este ano, a relação interna azeda de vez.

Aberto

Inácio Falcão tem uma boa relação com o prefeito Veneziano, votou em Vitalzinho para senador (e em Cássio) e até já admitiu acreditar que PSDB e PMDB podem se realinhar.

Semelhanças...

O que provavelmente impede o vereador de voar de vez para o PMDB é a percepção de que, na prática, não há grande diferença entre a legenda de Veneziano e o PSDB de Cássio.

Publicado no DB deste sábado, 14

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