O assunto da ordem do dia em Campina Grande é a transferência do lixo da cidade para a vizinha Puxinanã, com o conseqüente fechamento do lixão da Alça Sudoeste. O debate é necessário, mesmo porque uma série de incertezas cerca o aterro de Puxinanã, que enfrenta restrições ambientais e está funcionando sob o precário efeito de uma liminar, o que deixa no ar uma séria dúvida: e se, a qualquer momento, surgir uma determinação judicial contra o aterro? Além disso, e acima disso, é preciso se compreender definitivamente que qualquer tema de interesse público deve mesmo ser alvo de debates, que esmiúcem as dúvidas e prestem esclarecimentos à sociedade.
Não há, portanto, qualquer razão na irritação de governistas (municipais) por conta dos debates em torno do tema. O que, lamentavelmente, mais uma vez turva as discussões é o fator político, que (como sempre) não apenas dá o norte dos debates como desvia as atenções, que deveriam ser focadas em aspectos técnicos, jurídicos e administrativos. Interessa mesmo é saber se o aterro sanitário de Puxinanã será uma solução segura pelo menos a médio prazo; se é a melhor opção em termos de custos; se há total transparência e plena legalidade nos contratos; e o que será feito em favor das pessoas que até hoje sobreviveram tirando o sustento do lixão da Alça Sudoeste.
Ao invés destes aspectos, agentes ligados à prefeitura repetem o mantra do “grupo dos 22 anos” e o discurso de que o problema vem de gestões anteriores, no caso específico, desde 1992/1993, “esquecendo” que o atual governo já está aí há sete anos, e que neste tempo o problema não foi tratado. Já a oposição ligada ao PSDB reclama que o prefeito só cuidou de cumprir a promessa de fechar o lixão em seu último ano de governo, mas, mesmo assim, estaria jogando o lixo para debaixo do tapete (que agora é sinônimo de Puxinanã). “Esquece”, porém, que passou uma década no poder fechando os olhos e tapando o nariz para o lixão. Esse tipo de debate cheira mal, muito mal.
Preço
Ontem, o coordenador de comunicação da PMCG, Carlos Magno, trocou farpas com o pré-candidato a prefeito Artur Bolinha numa emissora de rádio. Para Artur, que era entrevistado, do ponto de vista econômico, o aterro de Puxinanã é um mau negócio.
Reais ou centavos?
Tendo em mãos o que seria uma cópia do contrato firmado entre a PMCG e a prefeitura de Puxinanã, Artur disse que o município pagará mais de R$ 32 por tonelada de lixo aterrada, o que considera um custo exorbitante. Por telefone, Magno rebateu, chamou o petebista de desinformado e garantiu que o valor a ser pago é, na verdade, 32 centavos.
Silêncio
É curioso que, mais uma vez, diante de um tema polêmico, a bancada de oposição na CMCG praticamente silencia. A exceção é, também mais uma vez, o vereador João Dantas. João, aliás, tem sido quase uma voz que clama no deserto da oposição.
Exemplo
Significante o fato de o filho do secretário de Saúde do Estado, Waldson de Souza, ter nascido em uma maternidade pública. Claro que, sendo o “filho do chefe”, naturalmente o parto foi cercado de todas as atenções, mas, ainda assim, poucos (se é que há alguém) em qualquer esfera do poder tomariam essa decisão. Duplos parabéns a Waldson!
Contato
Já que a direção do PT municipal não se manifesta, um membro do partido, em contato com o Diário Político, disse não haver sentido nas “suspeitas” do reitor Thompson Mariz.
Lembrando
No último dia 29, lamentando a decisão da justiça de anular sua filiação ao PT, o reitor comentou. “Aqui em Campina, parece que não havia boa vontade na minha filiação”.
Resposta
“O diretório de Campina Grande não teve qualquer participação na filiação de Thompson, já que sua filiação foi feita no Diretório Estadual”, explicou o membro do PT.
Responsabilidade
O militante lembrou que partiu da direção estadual o convite ao reitor para filiar-se ao PT. “Se houve equívoco (proposital ou não), a responsabilidade é exclusiva da Estadual”.
Publicado no DB de hoje
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