2012: PROJEÇÕES E ANSEIOS

Eis que 2011 já é passado. Segundo o calendário, foi tão somente um ano pré-eleitoral. Mas, em plena conformidade com o ambiente de eterna campanha que domina a Paraíba e, sobretudo, a Rainha da Borborema, foi um ano de palanques armados e discursos eleitoreiros a plenos pulmões. Na troca de farpas entre adversários, alguns acusam outros de não descerem do palanque de 2010, outros acusam outros de já terem montado o palanque de 2012, e há até aqueles que apontam que tem gente com palanque armado já para 2014. Quem terá razão? Cá entre nós, todas as versões são verdadeiras. Que bom que chegou 2012, afinal, se é para ser campanha, que seja de uma vez.

Todavia, para o ano que começa hoje, infelizmente as perspectivas não são as mais alvissareiras. A constatação é lamentável, mas a nossa política paroquial, marcada por sentimentos pouco republicanos e posturas pouco democráticas, faz das eleições um sinônimo de batalha sem limites, uma disputa frenética e encarniçada pelo poder, um ambiente de armações e de baixarias. Os principais grupos políticos, devidamente comandados por seus caciques, já estão pintados para a guerra. É também de se lamentar que, ao que tudo indica, mais uma vez propostas e planos de governo serão relegados a segundo plano. Vencerá quem parecer menos sujo na guerra de lama?

Tomara que não. Tomara que 2012 possa marcar o despertar de uma nova consciência do nosso eleitorado, em que os cidadãos percebam que são protagonistas da democracia e, como tal, devem ditar os rumos e as regras a definir o comportamento da classe política. Que possa o eleitor compreender que nada mudará na política enquanto nós, eleitores, não mudarmos primeiro. Que possa o eleitor votar com consciência, com critério, entendendo a força e a grandeza deste gesto, deixando de lado as paixões. Que entre na cabeça de cada campinense que o paradigma qualitativo e moral da política não são os políticos, mas os eleitores. Ah! Quando isso acontecer, a história será outra!

Insistência

PSDB e PMDB, que lideram os grupos que polarizam a disputa municipal, chegam ao novo ano com dúvidas. Os tucanos têm no deputado federal Romero Rodrigues o pré-candidato a prefeito, mas há ainda os que insistem no nome de Diogo Cunha Lima.

Familiar

Romero, contudo, sente que chegou sua hora, e não parece disposto a deixar passar o “cavalo selado”. A insistência em torno do nome de Diogo é coisa mais dos cunhalimistas apaixonados – que não são poucos – que de estratégia partidária. Afinal, um partido que se restringe a um sobrenome não é um partido. É uma grande família.

Preferências

No PMDB, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo vai comparar pesquisas para chegar ao nome escolhido, que estava previsto para sair em dezembro. Independente de qualquer pesquisa, é evidente que o prefeito tem seu nome favorito: Tatiana Medeiros.

Esperneio

Essa nítida preferência de Veneziano pela secretária de Saúde incomoda outros pré-candidatos, principalmente o vice-prefeito José Luiz Júnior e o ex-deputado federal Walter Brito Neto. O primeiro abandonou o discurso pacifista, e o segundo volta e meia solta o verbo contra Tatiana. Só que, no fim, é improvável que alguém peite o prefeito.

O sexto

O Diário Político antecipou na sexta-feira passada que o vereador Olímpio Oliveira deve se apresentar como o sexto pré-candidato a prefeito do PMDB. No mesmo dia, o também vereador Antônio Pereira confirmou à imprensa seu apoio ao nome de Olímpio.

Olho neles

Se confirmadas, as candidaturas do vereador Fernando Carvalho (PT do B), da reitora Marlene Alves (PC do B) e do empresário Artur Bolinha (PTB) podem (devem) causar estragos nos blocos tradicionais da política campinense. Talvez estragos irreparáveis.

Não quer ver

De volta à mídia por ser pré-candidato a prefeito da Capital, o ex-governador José Maranhão admite erros estratégicos de campanha, diminui Ricardo Coutinho, mas não reconhece que sua derrota foi mais uma inequívoca reprovação dos paraibanos ao seu nome.

Publicado no DB de domingo

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