VELHO PMDB

O deputado federal Manoel Júnior, único representante do PMDB paraibano na Câmara dos Deputados que não foi eleito sob o signo do sobrenome poderoso, resolveu reclamar, reivindicando democracia interna no partido. Em seu “Manifesto à democracia partidária no PMDB/PB”, o parlamentar pede a implementação de critérios para a ocupação da direção da legenda, a convocação “urgente” de convenção para a Capital e condena o “caciquismo, nepotismo e continuísmo”. Ainda cobra a “garantia de acesso a cargos de direção a novas lideranças de movimentos sociais, representantes da indústria, comércio, serviços, ciência, letras, artes, cultura, religião, esportes, etc”.

Em 2010, dos cinco deputados federais eleitos pelo PMDB/PB, três nunca haviam disputado qualquer eleição: os imberbes Hugo Mota e Wilson Filho, e dona Nilda Gondim. O quarto, Benjamin Maranhão, voltava ao Congresso “em nome do tio”, José Maranhão, assim como em 2002. Eis aí uma evidência claríssima de como o PMDB se tornou, apesar da sua dimensão, um partido extremamente oligarca, comandado com mão de ferro por pequenos grupos familiares. A legenda não se renova, não abre espaço para novas lideranças (as eleições do ano que vem confirmam essa realidade) e, como conseqüência, se apega a antiquadas práticas de fazer política.

Mesmo depois de sofrer mais uma derrota na disputa pelo Governo do Estado, e apesar da sua atabalhoada última gestão, o ex-governador José Maranhão se nega a abrir mão de presidência do partido e da candidatura a prefeito de João Pessoa. No ano passado, poderia ter garantido uma vaga no Senado, deixando a vez para o prefeito Veneziano Vital do Rêgo, mas quis se manter no poder e deu no que deu. A verdade é que José Maranhão é a cara do PMDB paraibano. O que é muito ruim para o partido, que, sem renovação, vai perdendo espaços e colecionando derrotas. Ainda assim, tudo indica que o “grito” de Manoel Júnior não passará de um clamor no deserto.

Aberto

Apesar de ter anunciado que está propenso a votar na reitora Marlene Alves (PC do B) para prefeita em 2012, o vereador Inácio Falcão (foto) não fecha a porta para uma eventual aproximação com o PMDB e, especificamente, o prefeito Veneziano Vital.

Vigiado

Sem mencionar nomes, Inácio Falcão acredita que o Estado teria escalado auxiliares para vigiá-lo. “Alguns integrantes do governo são pessoas que foram indicadas para vigiar nossos passos em Campina Grande. São pessoas incompetentes para administrar órgãos do governo e receberam uma nomeação para exclusivamente nos vigiar”, garante.

Mudou-se

Surgiu uma dúvida na cidade sobre a filiação partidária do presidente do Sintab, Napoleão Maracajá. Ao contrário do que chegou a ser dito, ele não integra mais os quadros do PSB. Napoleão está filiado ao PC do B desde o último dia 05 de outubro.

Motivo

A discussão sobre a filiação partidária do sindicalista aconteceu por conta da acusação freqüente de que Napoleão seria crítico da gestão municipal por pertencer ao PSB. Agora, porém, ele integra um partido que formalmente ainda é da base do prefeito. Reeleito para comandar o Sintab, Napoleão Maracajá toma posse hoje, às 19h, no BNB.

Falando nele

Napoleão voltou a bater na PMCG que, segundo ele, atrasou o pagamento do 13° de vários servidores e todos os meses estaria atrasando a recarga dos cartões vale-transporte.

Explicação

Josué Cardoso, gerente da Codecom, afirmou que, quando disse que Veneziano não “ia ser uma Cozete ou Félix Araújo da vida”, não pretendeu “deslustrar a história de ambos”.

Sobre Cozete

“Apenas acho que Cozete poderia ter tido uma página mais bela no PT, distante de Cássio”, comentou o jornalista sobre a ex-prefeita, que, por sinal, é aliada de Veneziano.

Sobre Félix

“Félix poderia ter tido uma administração mais eficaz, não fosse o acordo político com o grupo cassista”, declarou Josué, que concluiu, afirmando admirar os dois ex-prefeitos.

Publicado no DB de hoje

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