Papai Noel tem algo em comum com o eleitor. Ambos vivem de saco cheio – o bom velhinho, de presentes; o cidadão, da política. Ele também tem algo em comum com os políticos. Ambos aparecem de tempos em tempos para, depois, sumirem, até a próxima temporada, quando voltam risonhos e cheios de promessas. No mundo da fábula, Papai Noel some entre as nuvens, carregado por renas voadoras, rumo ao Pólo Norte, e lá – dizem – passa o ano preparando presentes para as crianças boazinhas que os receberão no próximo Natal. No mundo não tão menos fantasioso da política, alguns eleitos também se escafedem entre nuvens, mas em aviões, rumo a Brasília.
Eles juram que trabalham para, dois ou quatro anos depois, prestarem contas ao eleitor de uma “infinidade” de realizações, uma obra aqui e outra ali, que muitos ainda têm o desplante de classificar como “presentes”. Só que, assim como Papai Noel ganha o mérito, mas a boneca ou o carrinho posto sob a árvore para a criança é um presente bancado pelos pais, as realizações festejadas por nossos políticos são presentes bancados pelo próprio povo, a custa de suor e amargura à força convertidos em sufocantes impostos. Mas, é Natal! Tempo de aparecer o bom velhinho barbudo, o Papai Noel que “não esquece de ninguém” e que, segundo prometem, atende a todos.
Como diz a canção: “Seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem”. O ano de 2012 está às portas. Tempo em que os “excelentíssimos”, os “doutores”, as intocáveis autoridades reaparecem entre as pessoas, voltam a pisar no chão. Viram homens e mulheres do povo, dispensam os tratos carregados de formalidade e bajulação. Pegam menino no colo, entram em qualquer rancho, “seja rico ou seja pobre”, comem pastel frio na bodega de esquina, tomam cafezinho mal adoçado em copo de extrato de tomate, tomam banho de povo. Para, em seguida, tomarem chá de sumiço. Feliz Natal! Mas, olho aberto, leitor! Você é grandinho demais para acreditar em “Papai Noel”.
R$ 2 milhões
Além da emenda à LOA 2012 no valor de R$ 1 milhão, o presidente da CMCG, Nelson Gomes Filho contará ainda com mais R$ 1 milhão, de emenda federal do deputado Romero Rodrigues (PSDB), para as adequações da Casa para a próxima legislatura.
Conversa
Nelson Gomes Filho, que é autor da emenda à LOA, encontrou o prefeito Veneziano Vital do Rêgo em um restaurante da cidade. O prefeito teria dito ao presidente da Câmara que não era necessário ter feito a emenda, porque a prefeitura garantiria o repasse dos recursos necessários à reforma. Para Nelson, porém, seguro morreu de velho.
Reclamação
Para o vereador Antônio Pereira, seu colega Pimentel Filho, que presidia a sessão de sexta, tentou jogá-lo contra a opinião pública. “Da forma como o senhor está lendo (as emendas), dá a entender que a comissão votou contra alguma coisa da população”.
Contexto
A queixa de Antônio Pereira foi durante a votação do seu parecer contrário a algumas emendas à LOA. Pimentel Filho, que há tempos vem se chocando com Pereira (ambos são do PMDB) fez questão de ler as ementas das emendas e justificar as modificações. Pereira ainda pediu que ele se ativesse ao parecer, mas Pimentel ignorou o pedido.
Desmoralização
Fala de Fernando Carvalho sobre a reprovação do parecer da Comissão de Orçamento: “Se a comissão dá um parecer absolutamente técnico e eu voto contra, estou desmoralizando as comissões e fazendo menor o trabalho de companheiros que se esmeram”.
Quem quer?
Lamento de Antônio Pereira: “Vai ser muito difícil, no ano que vem, achar alguém que queira exercer a condição de membro dessa comissão, porque até o próprio membro da comissão (Alcides Cavalcanti) votou contra o parecer que ele acabou de assinar”.
Estado de saúde
A família Cunha Lima espera que o ex-governador Ronaldo possa passar o ano novo em casa. Ronaldo tem 75 anos e está internado em SP desde a semana passada, por conta de problemas no pulmão. Cássio, seu filho, licenciou-se do Senado para acompanhá-lo.
Diário Político deste domingo
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