O PT E SEUS PARTIDOS

Por ter uma formação composta por membros de diversos segmentos – de sindicalistas barbudos semi-alfabetizados a intelectuais socialistas; de membros do clero católico a ateus convictos – o PT foi construído como um partido de diversos matizes. Por isso, foi dividido em tendências originariamente construídas de acordo com as concepções ideológicas dos seus militantes, indo de grupos mais para centro-esquerda até os mais radicais profetas do caos da extrema-esquerda. Podemos mencionar algumas destas tendências petistas: Articulação; Democracia Radical; Democracia Socialista; Força Socialista; Articulação de Esquerda; Lideranças Independentes; Trabalho.

Todo esse amálgama, que bem poderia implicar num tremendo balaio de gatos (opa!), tornou-se um dos maiores orgulhos dos petistas, que ainda se ufanam das suas eleições diretas para formação dos quadros diretores do partido. É a tão aclamada “democracia petista”. Só que há um porém. Em algum momento da história do PT, os aspectos ideológicos deixaram de ser a margem a delimitar as fronteiras das tendências, que passaram a ser compostas de acordo com posições políticas pragmáticas, ou seja, segundo a posição dos petistas no jogo do poder. Com isso, é possível dizer que as tendências passaram a ser partidos políticos dentro do Partido dos Trabalhadores.

No cenário nacional, a postura destes partidos internos é hoje tanto quanto quieta porque o PT está no poder, e o poder tem a força de amansar praticamente todo mundo. Tanto que, aos insatisfeitos – como Heloísa Helena e Marina Silva –, resta o caminho da rua. Mas, fora do poder, como acontece na Paraíba, as diferenças se sobressaem e os pólos antagonistas catalisam as atenções das tendências e seus membros, revelando uma nítida polarização. Aqui, temos os petistas coutistas, alinhados com o deputado federal Luiz Couto e ligados ao governador Ricardo Coutinho, contra os petistas rodriguistas, alinhados com o presidente do partido, Rodrigo Soares, e ligados ao PMDB.

Feridas

No polêmico artigo “O PT da Paraíba – Crise de Legitimidade”, o ex-prefeito de Serra Branca, Zizo Mamede, mexeu numa ferida antiga: o Processo de Eleições Diretas do PT em 2010 e a eleição do presidente do diretório campinense, Alexandre Almeida.

Ingerência

“Todos são sabedores dos erros cometidos no último PED a nível estadual, com destaque para a disputa em Campina Grande, onde a força da prefeitura submeteu o partido ao projeto estadual do PMDB. Essa interferência do PMDB na economia interna do PT se repetiu em vários municípios pelo estado a fora”, escreveu Zizo Mamede.

Atacantes

O jornalista Carlos Magno, coordenador de Comunicação da PMCG, crê que há “um time entrando no ar nas emissoras (rádios) com um discurso único”. “Os ‘ouvintes’ entram no ar, se revezando, com um mesmo assunto e um mesmo alvo: Veneziano”.

Os mesmos

“Quem escuta rádio com frequência em Campina percebe o que acabo de perceber: um time formado entrando no ar nas emissoras com um discurso único. Veja a coincidência: as mesmas pessoas tendo a mesma iniciativa de ligar para a mesma emissora, no mesmo programa, dizendo a mesma coisa”, comentou Magno, via Twitter.

Dúvida

Fala-se que a deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) teria firmado um pacto de não agressão com o prefeito Veneziano Vital do Rêgo até as eleições do ano que vem. Se for verdade, esse pacto inclui a secretária Tatiana Medeiros, pré-candidata a prefeita?

Bala trocada

Nas últimas semanas, o que se percebe claramente é que comunicadores ligados a Daniella Ribeiro têm torpedeado Tatiana Medeiros. E a recíproca tem sido verdadeira. Comunicadores ligados a Tatiana bombardeiam Daniella. Seria mera coincidência?

A negociadora

Sendo verdadeiro o pacto entre Daniella e Veneziano, este é o segundo acordo fechado pela pepista de olho em 2012. Daniella acertou com o deputado Guilherme Almeida, também pré-candidato, que quem passar para o segundo turno terá o apoio do outro.

Publicado no DB de 11/12

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