O NÃO DE RÔMULO

A declaração do vice-governador Rômulo Gouveia esta semana, de que agora (2012) é a vez do deputado federal Romero Rodrigues disputar a prefeitura de Campina Grande, tem significado muito expressivo. Primeiro, revela o bom senso do chefe do PSD que, apesar de sonhar com o Palácio do Bispo, entende que cumpre um importante papel como vice-governador do estado, não tendo sentido renunciar para ser candidato, sobretudo tendo em vista que seu grupo conta com outros nomes relevantes, como o de Romero. O gesto também confirma que Rômulo, mesmo sendo naturalmente bem cotado para a próxima corrida municipal, “joga” para o grupo, não é “fominha”.

Tendo sido duas vezes candidato a prefeito, a sede do ex-tucano de tentar uma terceira vez também seria natural, até porque ser prefeito da sua cidade é um sonho de todo político – e até mesmo dos não políticos. Some-se a isso sua boa posição em qualquer pesquisa, mais o fato de que atualmente tem na mão um partido e ainda encontra-se em posição relevante no cenário político estadual, e pode-se dizer que Rômulo Gouveia tem em mãos a faca e o queijo para ser um forte postulante em 2012. Ao renunciar, ainda que por ora, a esse projeto pessoal, o vice-governador fortalece a oposição municipal e ajuda a potencializar a pré-candidatura de Romero Rodrigues.

Gradualmente, a tese de uma candidatura impositiva do empresário Diogo Cunha Lima, filho do senador Cássio, vai saindo de cena e o nome do deputado federal Romero Rodrigues se consolida. As discussões, inclusive, passam a se dar em torno da figura do vice, o que já avança para a questão da composição das alianças. Na lista de cotados para ocupar esse espaço estão os vereadores Nelson Gomes Filho (PRP), presidente da Câmara Municipal, a vereadora Ivonete Ludgério (PSB) e, sabe-se lá com qual veracidade, o do próprio Diogo. Essa, contudo, é uma discussão que, embora inevitável, está fora de tempo. O vice só deve ser definido na undécima hora.

Na vez

A decisão de Rômulo Gouveia de permanecer onde está deve ser um alívio para Ricardo Coutinho. Se Rômulo renunciasse, o próximo na linha de sucessão seria o presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo, que não é um aliado de confiança do governador.

Quadro

O advogado e empresário Ronaldo Cunha Lima Filho garantiu ontem que o pai, o ex-governador Ronaldo, de 75 anos, que esteve internado em um hospital de João Pessoa desde a noite da quinta, após sentir fortes dores no estômago, “está muito bem”. As dores não teriam ligação com o câncer no pulmão detectado este ano e tratado em São Paulo.

Secando

Release divulgado pela assessoria do PT confirma o óbvio, aquilo que há muito a coluna ressalta: o presidente do diretório municipal do partido, Alexandre Almeida, sonha com a inviabilização da candidatura do PMDB à PMCG para ter o apoio da sigla.

Falta tônus

Diz a nota: “Dirigente petista aposta que candidatura do PT terá vice do PMDB”. Ora, para que isso aconteça, é preciso que a acirrada guerra interna do partido do prefeito termine com “perda total”, sendo necessário recorrer a candidato de outra legenda. Mas, ainda que isso aconteça, Alexandre não tem relevância política para ser o escolhido.

Verde e vermelho

A cúpula do PC do B municipal reuniu-se com dirigentes do PV campinense para discutir a possibilidade de composição de uma aliança com vistas às próximas eleições.

Prefeitável

O PV tem pré-candidato a prefeito, o professor José Cristóvão de Andrade, presidente da Associação dos Professores da UEPB. Mas, essa candidatura tende a não ser mantida.

Abertos

Além de conversar com o PC do B, da pré-candidata Marlene Alves, os verdes também discutem a possibilidade de aliança com o PTB, do pré-candidato José Artur Almeida.

Animosidade

Na linha de “xerife” da CMCG, o vice-presidente Pimentel Filho teria se desentendido com um assessor da sua bancada. Segundo testemunhas, o bate boca foi bastante pesado.

Publicado no DB deste sábado, 03

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