O ESQUECIMENTO DE MARANHÃO

Há um ano, o terceiro governo de José Maranhão chegava aos seus estertores. E chegava de forma melancólica e deplorável. Na última semana do ano, médicos ameaçavam parar de vez, faltavam insumos nos hospitais e comida nos presídios. Após uma impiedosa resposta das urnas, o governante parecia não mais governar, e deixaria o estado com um alarmante comprometimento das suas receitas com pessoal, além de uma chamada “PEC 300 paraibana” nitidamente ilegal e eleitoreira, sancionada às vésperas do segundo turno, quando o Palácio da Redenção mais uma vez mostrou que tinha a Assembleia Legislativa totalmente aos seus pés, inteiramente submissa.

Passado um ano, o ex-governador José Maranhão parece acreditar que esses e outros absurdos do seu atabalhoado último governo foram esquecidos, afinal, como pré-candidato a prefeito da Capital, volta e meia tem estado na mídia dirigindo censuras ao seu sucessor. Acontece que não há como esquecer os episódios de um ano atrás. Na verdade, nem mesmo outros, mais antigos. Por exemplo, o ex-governador critica o reajuste concedido ao funcionalismo público, mesmo nunca tendo sido afeito a conceder reajustes, e mesmo possuindo em seu currículo episódios lamentáveis, como a greve de fome dos professores da UEPB – isso para mencionarmos apenas um exemplo.

O esquecimento de Maranhão parece ter contagiado correligionários e aliados, que se mantiveram mudos diante de todos estes fatos, inclusive aqueles de um ano atrás. É o caso do ex-vice-governador Luciano Cartaxo (PT), um auto-proclamado defensor ardoroso dos interesses dos paraibanos, mas que nunca confrontou os equívocos do governo que ele mesmo compôs, mesmo José Maranhão tendo lhe impingido humilhações públicas quando recusou-se a tê-lo como vice no pleito passado. Maranhão parece contar com uma amnésia generalizada, mas o julgamento da história é a lembrança contínua e eterna de episódios que jamais poderão ser esquecidos.

Prazo vencendo

Aliados do prefeito Veneziano Vital do Rêgo esperavam que ele anunciasse hoje o nome do escolhido para representar o PMDB nas eleições majoritárias de 2012. A informação foi repassada ao Diário Político por um peemedebista na semana passada.

Repetindo

O secretário estadual da Juventude, Esporte e Lazer, Fábio Maia, presidente do PSB municipal, voltou a afirmar ontem que o partido não pretende lançar candidato próprio a prefeito de Campina Grande em 2012, devendo mesmo seguir o PSDB. Um nome no PSB é cotado para vice, a vereadora Ivonete Ludgério, mas o partido não exige a vaga.

Fogo cruzado

Declaração recente do vice-governador Rômulo Gouveia, que, comentando as críticas do prefeito VVR ao Governo do Estado, citou o rifão “macaco que cuida do rabo dos outros esquece o seu”, repercutiram entre assessores do estado e da PMCG.

Bate e rebate

Carlos Magno, coordenador de comunicação da prefeitura, disse que “Rômulo foi desrespeitoso com Veneziano” e completou: “Quem entende desse negócio de bicho, rabo de macaco ou qualquer outro não é Veneziano”. Jota Sales, gerente da Secom em Campina, condenou a resposta de Magno e disse que Rômulo jamais agrediu Veneziano.

Fala de Jota:

“Todo mundo entendeu que não houve desrespeito ao prefeito, e sim o uso de um dito popular que poderia significar: ‘Cada um tome conta dos seus próprios problemas’”.

Carapuça

Ainda Jota: “O jornalista (Carlos Magno) saiu das suas funções para desrespeitar, ele sim, a pessoa de Rômulo Gouveia. Respeitemos os macacos ou usemos a sua carapuça”.

Demissão

O Sintab repudiou a decisão de prefeitura de Esperança, que demitiu uma servidora que denunciou “as péssimas condições de funcionamento dos postos de saúde e do Hospital Municipal”.

Acusações

O sindicato classificou o gesto como “ditadura dos coronéis”, afirmou que a demissão é ilegal e acusou o Ministério Público de ser conivente com o prefeito Nóbson Almeida.

Publicado no DB de hoje

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