MARIZ E O DESTINO

Se vivo estivesse, o ex-governador Antônio Marques da Silva Mariz completaria 74 anos nesta segunda-feira, dia 05. Eleito governador em 1994, Mariz, pessoense radicado em Sousa, assumiu o mandato no dia 01 de janeiro de 1995, mas, infelizmente, morreu menos de nove meses depois, em 16 de setembro, vítima de um câncer. Um fim triste para um sonho antigo, alimentado pelo ex-prefeito de Sousa, ex-deputado federal e ex-senador durante duas décadas, de chegar ao Palácio da Redenção. Perdera em 1978, tempos de ditadura e escolha indireta, para Tarcísio de Miranda Burity; perdera em 1982 para Wilson Braga. Soube esperar em 1986 e 1990. Sua vez chegou em 1994.

Em 1978, Mariz foi o nome apontado para o Governo do Estado no chamado “Acordo de Brasília”, firmado entre ele, então deputado federal, o também deputado Álvaro Gaudêncio e os ex-governadores João Agripino Filho e Ernani Sátiro. Outro ex-governador, Ivan Bichara, não aceitou o acordo e deu-se a divisão nas hostes da Arena. Após muitas idas e vindas, o secretário de Educação do Estado, Tarcísio Burity, acabou sendo escolhido pela direção nacional da Arena. Inconformado, Antônio Mariz declarou não querer “acordo com os donos do poder” e resolveu bater chapa com Burity na convenção do partido, em 04 de julho. Perdeu por 152 votos a 124, 28 de diferença.

Quatro anos depois, com a volta das eleições diretas, enfrentou Wilson Braga. Venceu nos dois maiores colégios eleitorais – Campina e João Pessoa – mas, por força do voto vinculado, casuísmo do regime militar que agonizava, acabou derrotado. Não desistiu e a terceira tentativa foi em 1994. Após um primeiro turno apertado, Mariz venceu Lúcia Braga no segundo por mais de 220 mil votos. Estava realizado seu sonho, sonho que o destino cuidaria de abortar. Pouco depois da posse, a saúde do governador fraquejou e ele se afastou do cargo para não mais voltar, ficando o governo a cargo do vice, José Maranhão. Antônio Marques da Silva Mariz morreu aos 58 anos.

Os três

Além de Antônio Mariz para governador, os dois candidatos a senador do PMDB em 1994 também foram eleitos, Ronaldo Cunha Lima e Humberto Lucena. O slogan e jingle ficou famoso apregoando: “A Paraíba é quem diz: Ronaldo, Humberto e Mariz”.

Rei morto...

A morte de Antônio Mariz acabou fazendo com que o modesto vice-governador José Targino Maranhão ascendesse à titularidade do cargo e acabasse se tornando um dos principais caciques políticos do estado. É por esta razão que críticos do ex-governador Maranhão o consideram um “acidente” da política, o que não deixa de ser um exagero.

Segurança

O deputado federal petista Luiz Couto defendeu essa semana um novo modelo de segurança pública, em que “prevaleçam serviços de prevenção e de inteligência no combate ao crime, as ações de reeducação e reinserção dos apenados na sociedade”.

Mais ameno

Desta vez, Couto moderou a crítica às polícias. “Tudo isto requer uma valorização dos profissionais civis e militares que trabalham neste que é dos mais importantes papéis do Estado brasileiro. Um novo modelo de segurança pública necessariamente tem como pressuposto básico uma perspectiva mais humana do mundo”, comentou o deputado.

Direitos humanos

O discurso de Luiz Couto foi mais ameno e apresentou inúmeras verdades. Entretanto, o deputado federal continua propagando um pensamento de extremo idealismo sobre segurança pública, com base nos princípios não raro unilaterais dos direitos humanos.

Novela

Seguindo o acordo de líderes, o projeto que institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores da Saúde Municipal deve entrar na pauta de votação da Câmara na próxima quarta. Certeza de clima ainda mais quente na Casa de Félix Araújo.

Limites

Atendendo à reivindicação dos servidores, os vereadores devem aprovar algumas emendas. Entretanto, no que mais interessa, a questão salarial, não vai haver mudanças, já que os parlamentares não podem propor projetos e emendas que gerem despesas.

Publicado no DB deste domingo, 04 de dezembro

0 Comentários