A EXPLICAÇÃO DE CASSIANO

Com o título “O mistério da emenda” (e não “O ministério da emenda”, como, por equívoco de diagramação, acabou publicado), o Diário Político de ontem mostrou que nem mesmo o vereador Antônio Pereira, autor da emenda que estabeleceu o preço mínimo para venda do prédio do Departamento de Transporte, Oficina e Garagem, sabia explicar porque o imóvel foi leiloado por R$ 4,51 milhões. Conforme mostramos, o valor é quase 30% inferior aos R$ 6,38 milhões anunciados em agosto, quando a Câmara autorizou a operação. Mas Cassiano Pascoal, também neo-peemedebista como Pereira e vice-líder da bancada de situação na CMCG, garantiu ter a explicação.

Conforme o vereador, o texto da modificação proposta por Pereira, aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito não estabeleceu um preço mínimo, mas um critério de valoração. “A emenda não fixava R$ 6,38 milhões como piso para venda. Ela, na verdade, determinava que o DTOG não podia ser vendido por valor inferior ao de sua avaliação por corretores. E esse montante de R$ 6,38 milhões, já à época, foi considerado alto demais, fora da realidade. Sendo assim, após três leilões desertos, essa avaliação foi refeita, e estabeleceu que o imóvel vale R$ 4,51 milhões. E, assim, foi de acordo com essa avaliação que o DTOG acabou arrematado”, explicou Cassiano.

O peemedebista preferiu não discutir a elevada diferença (quase R$ 2 milhões) entre as duas avaliações. “Como não sou corretor, não tenho como comentar. Mas, o valor de R$ 6,38 milhões foi muito questionado quando aprovamos o leilão”, lembrou. Cassiano, todavia, não tem dúvidas de que tratou-se de um bom negócio. “Os R$ 4,51 milhões da venda permitirão, com sobra, a instalação do Hospital da Criança. Na prática, a cidade se desfez de um bem que estava sendo subutilizado para adquirir um equipamento de extrema importância, que em breve estará atendendo as crianças e os adolescentes de Campina Grande. Está claro que foi um negócio que valeu a pena”.

De fora

Na condição de vice-líder da bancada governista, Cassiano Pascoal confirmou que não conta mais com o vereador Fernando Carvalho como um membro do grupo. “O próprio Carvalho já deixou claro que não faz mais parte da nossa bancada”, ponderou.

Relação

Cassiano, no entanto, deseja sucesso ao ex-peemedebista, e elogia. “Fernando Carvalho teve uma firme atuação ao lado do prefeito Veneziano. Agora, é pré-candidato e, dentro das suas possibilidades, tem se saído bem. Ele adotou uma posição de independência na Câmara, mas age com responsabilidade sempre, inclusive no momento das votações”.

Bombardeio

O deputado Luiz Couto torpedeou o presidente do PT/PB, Rodrigo Soares, que, segundo o padre, “não manda em nada”. As declarações foram feitas pelo ex-prefeito de Serra Branca, Zizo Mamede, e Couto “somente” concordou e tratou de repercuti-las.

Legitimidade

Num artigo intitulado “O PT da Paraíba – Crise de Legitimidade”, Zizo chutou o pau da barraca, denunciou a interferência do PMDB no PT e comparou Rodrigo Soares à rainha da Inglaterra. “Lá, a rainha não manda, mas pelo menos simboliza a unidade da nação. O nosso presidente aqui não dirige porque não tem legitimidade. Rodrigo não se toca”.

Via Twitter

“Lamento as declarações dadas à imprensa e postadas na rede social por alguns que teriam responsabilidade, mas agem com total desrespeito ao PT”, respondeu Rodrigo.

Avante

O superintendente do Sebrae, Júlio Rafael, petista coutista, ironizou a conclamação “Avante, PT”, usada por Rodrigo. “Avante, PT, o precipício é logo ali”, provocou Júlio.

Lembranças

Zizo Mamede afirmou, e Luiz Couto subscreveu, que “a maioria da direção estadual (do PT) é um balaio de gatos”. Os dois serão alvo de um abaixo-assinado da direção petista?

Falando nisso...

Como dissemos outras vezes, o maior inimigo do PT é o PT. E os petistas são tão combativos que adoram combater uns aos outros. Aliás, petista adora confrontar petista.

Publicado no DB de 10 do 12

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