A DIETA DO 'SEM'

O vereador tucano Inácio Falcão apresentou um Projeto de Lei na Câmara Municipal de Campina Grande que pretende estabelecer nas escolas da cidade uma campanha denominada “Segunda sem carne”. Release divulgado pela assessoria do parlamentar no fim de semana explica que, caso venha a ser aprovada pelo legislativo e sancionada pelo executivo, a lei, que tem “o objetivo de contribuir para a reflexão crítica, conscientização e intervenção prática, no sentido de promover a saúde, qualidade de vida e sustentabilidade no planeta”, instituirá “em caráter permanente a campanha nas escolas da Rede Municipal de Educação”. O projeto está em tramitação.

De acordo com a assessoria de Falcão, “a campanha deverá promover a reflexão crítica junto aos estudantes das escolas municipais acerca das consequências da alimentação centrada na carne sobre as pessoas, os animais e o planeta”. A intenção do projeto é boa, afinal, são muitas as implicações à saúde e ao meio ambiente resultantes do consumo desenfreado de carne. Todavia, além de ser questionável o poder de influência da campanha sobre as crianças, e mesmo a capacidade destas crianças de influenciarem seus pais, há fatores sociais e econômicos que precisam ser ponderados nestes projetos. Às vezes, as autoridades políticas parecem viver no mundo da lua.

Se os dados do programa Bolsa Família refletem a realidade, cerca de um terço da população campinense vive em situação de risco alimentar. Ora, são majoritariamente os filhos deste segmento que freqüentam as escolas municipais, alvo da campanha. E quem vive em tal quadro de pobreza não escolhe o que come – come o que pode, o que “aparece”. Assim, a ideia é conceitualmente boa, mas é também inócua ao desconsiderar a realidade. Não adianta propor a “Segunda sem carne” a quem que já vive não só a segunda, mas a terça sem carne, a quarta, a quinta... Sem carne, sem pão, sem leite... Não raro sem esperança. E sem necessidade de projetos descabidos.

Inexplicável

A presença do ex-senador peemedebista Wilson Santiago no Parlasul só confirma que o legislativo brasileiro é um circo e que o Senado Federal é uma casa de velhas e espertíssimas raposas. Como pode Santiago estar no Parlasul se não é mais senador?

Semancol

O próprio ex-senador Wilson Santiago deveria recusar-se a desempenhar um tão triste e patético papel, agarrando-se, como se estivesse desesperado por uma “boquinha”, a uma função para a qual ele simplesmente não está mais habilitado, sendo mantido apenas pelo corporativismo de figuras como o controverso Roberto Requião (PMDB/PR).

Recurso

O Sintab, que é presidido pelo professor Napoleão Maracajá, ingressou, através do seu departamento jurídico, com um mandado de segurança pedindo que o PCCV dos servidores da Secretaria de Saúde não seja apreciado pela Câmara nos próximos dias.

No ataque

“Se a Câmara aprovar o que o governo quer, será o golpe fatal nos servidores”, afirmou Napoleão Maracajá. O sindicalista ainda cutucou a secretária Tatiana Medeiros. “A secretária tem resposta para tudo. Deveria responder por que boa parte dos PSF’s não funciona. Será que Tatiana está certa e todos os servidores do PSF estão errados?”

A culpa

Tatiana Medeiros e seu filho, o vereador Cassiano Pascoal, já responsabilizaram publicamente Napoleão Maracajá pela insatisfação de parte dos servidores com o PCCV.

Quente

Conforme o Diário Político antecipou no início de novembro, o PCCV da Saúde já esquentou os ânimos entre os membros da bancada de situação na Câmara Municipal.

Sem prévias

Reunidos no sábado, os petistas campinenses decidiram que não haverá prévias para definição das candidaturas para 2012, quando a sigla promete lançar candidato próprio.

Rumo

O PRB, que em 2008 fez aliança com o PMDB, não deve repetir a parceria. Mas, também não está disposto a formar com o bloco de oposição ligado ao PSDB. Para onde vai?

Publicado no DB desta terça, 06 de dezembro

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