SINUCA DE BICO PARA CÁSSIO

A possibilidade iminente de o PSDB ter candidato próprio a prefeito de João Pessoa, o senador Cícero Lucena, presidente do partido, com o apoio do também senador Cássio Cunha Lima, lança dúvidas naturais sobre os rumos da parceria entre os tucanos e o PSB em Campina Grande. A questão é saber se os socialistas apóiam o PSDB aqui sem a recíproca na capital. E essa dúvida suscita outra: se o PSB não formar aliança com o tucanato em Campina, o fará com quem?

Também esta questão engendra outra: se o PSB apoiar um candidato não-tucano, com quem fica o PSD? Provavelmente, o partido do vice-governador Rômulo Gouveia tenderia, nessa hipótese, a ficar partido, ou seja, com o PSB em João Pessoa – Rômulo não haveria de apoiar Cícero de jeito nenhum – e com o PSDB na Rainha da Borborema. Resta, todavia, ainda uma conjectura: Se o PSB não for apoiado pelo PSDB na Capital e decidir dar o troco em Campina, não seria mais fácil para os socialistas apoiar um nome do PSD?

Temos, aí, uma sucessão quase infindável de dúvidas e ilações, todas, porém, respaldadas num fato inegável: as alianças políticas são como castelos de cartas; mexe-se numa peça, e tudo pode desmoronar. O fato é que Cícero, desta vez, colocou Cássio numa sinuca de bico. Sua candidatura a prefeito de João Pessoa é natural e legítima. Ele, evidentemente, não admitiria, mas, além de tudo, seria uma tentativa de sobrevivência, porque seu mandato no Senado acaba em 2015 e é difícil, quase improvável, que se reeleja.

Sendo, então, legítimos seus planos de tentar voltar à cadeira de prefeito, o senador força Cunha Lima a uma decisão difícil: ou apóia o correligionário, ficando contra o candidato do governador Ricardo Coutinho, ou apóia Luciano Agra, ficando contra o correligionário (e, segundo Cássio, amigo) Cícero; Ou, por fim, se isenta de qualquer participação no processo. Seja qual for sua decisão, será difícil, polêmica, controversa, de abrangentes e estrondosos efeitos, e renderá muito pano para manga.

Bicudos

Para o deputado federal Romero Rodrigues, a chapa ideal para as eleições 2012 em Campina seria tucana “puro sangue”: ele como candidato a prefeito e o empresário Diogo Cunha Lima de vice. Nesse caso, pode-se dizer que seria uma chapa “puro bico”.

Superlativo

Apesar de sonhar com Diogo em sua chapa, o deputado rasgou elogios ao presidente da Câmara, Nelson Gomes Filho (PRP). Em entrevista ao jornalista e assessor da PMCG Onias Xavier, Romero disse que “o nome dele (Nelson, para vice) é fantástico, excepcional e acima de tudo extraordinário”. Mas, afirmou ser prematuro falar em vice.

Recurso

O deputado estadual Raniery Paulino confirmou à coluna que, em conjunto com o Janduhy Carneiro e outros oposicionistas, acionará a justiça contra a lei, aprovada na AL, que estabelece a tributação de compras acima de R$ 500 realizadas pela internet.

Defesa

Durante a semana, o governador Ricardo Coutinho defendeu a nova lei. “Essa é uma necessidade de todos os estados, retirando São Paulo. Protege os comércios locais e o trabalho da maior categoria de trabalhadores. Tributo é para ser recolhido onde se consome a mercadoria ou produto. Essa ação é econômica, social e humana”, declarou.

Apoio

O presidente da FCDL/PB, José Artur Almeida, aprovou a nova lei. “É necessária para garantir igualdade de condições para as empresas locais. A continuar o e-comerce crescendo no patamar atual, amanhã não teremos na PB mais comércio convencional”.

Sem garantia

O anúncio de deputados federais e senadores paraibanos quanto à destinação de suas emendas deixou as entidades que serão beneficiadas saltitantes. Mas, é bom lembrar que não há 100% de garantia de que esse dinheiro chegue. Depende do Governo Federal.

Ficcional

O contingenciamento das emendas é um problema que irrita os congressistas. Não raro, para que esses recursos cheguem ao destino, é preciso que os parlamentares exerçam muita pressão. Acontece que o Orçamento Federal também tem ares de peça de ficção.

Publicado no DB de domingo, 27

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