É certo que não há impossíveis na política, sobretudo na política paraibana, mas, a teoria de que a deputada estadual pepista Daniella Ribeiro estaria fechando acordo para ser a candidata do governador Ricardo Coutinho a prefeita de Campina Grande no ano que vem tem todos os tons da mais pura invencionice. Ou de armação. É assim em todo período pré-eleitoral. Uma central de boatos, subsidiada por políticos e gerenciada por tarimbadas cassandras da mídia, trata de espalhar toda a sorte de conversa furada, com as intenções mais diversas – desde comprometer adversários até a desviar o foco de algum cenário.
A família Ribeiro tem uma história recente de íntima ligação com Ricardo. O rompimento só ocorreu depois das convenções para o pleito do ano passado porque Daniella foi excluída da chapa majoritária após meses sendo cotada para vice, e seu irmão, Aguinaldo, não aceitou a candidatura de Romero Rodrigues a deputado federal, por entender que o tucano atrapalharia seus planos de chegar ao Congresso.
Eleito governador, teria sido fácil para Ricardo atrair o apoio do PP, que, afinal, foi aliado de todos os últimos governadores. Mas, ele nada fez. Por que, então, apoiar Daniella, indispondo-se com Cássio, aliado muito mais importante? Se o socialista não pode ter muita segurança na longevidade da aliança com o tucano, teria alguma com os pepistas? Dentre as intenções ocultas nestes boatos, uma das principais, com certeza, é desqualificar a pré-candidatura de Daniella.
Ela já foi ardorosa aliada do atual governador e hoje é adversária voraz. Já foi ardorosa adversária do prefeito Veneziano Vital e hoje estão próximos. Seu pai, Enivaldo Ribeiro, já foi aliado de Veneziano e adversário de Cássio, depois rompeu com Veneziano, e agora é aliado de novo. Assim, indicar que os Ribeiro estariam unidos a Ricardo outra vez é tentar maximizar um histórico de inconstância e fisiologismo, dando um carimbo de total oportunista a Daniella, cuja possível candidatura incomoda a caciques políticos. Inclusive aliados.
História recente
Já que remexemos na história do rompimento do PP com o PSB, vale lembrar um fato curioso. Quem “barrou” o nome de Daniella Ribeiro como vice foi Cássio. Mesmo assim, os Ribeiro romperam com Ricardo, mas mantiveram-se aliados do tucano.
Estratégia
A decisão dos Ribeiro foi baseada no receio de que um rompimento com Cássio provocasse a perda de bases cassistas que votariam em Aguinaldo para deputado federal. Apesar da turbulência, a família saiu fortalecida das eleições 2010 e para as de 2012. Hoje, o PP se apresenta como independente, mas sonha com o apoio de Veneziano.
Demissionário
Ambiente pesado
O clima no PMDB campinense é tenso, por conta da indefinição a respeito do nome a ser escolhido para a sucessão municipal. Além disso, Metuselá, que já foi secretário de Saúde, teria acolhido reclamações de servidores da pasta, sobretudo médicos, a respeito do PCCV da categoria, e, por isso, teria batido de frente com a cúpula do partido.
Efeito
Se Metuselá Agra realmente deixar a secretaria, pior para o suplente em exercício Orlandino Farias (PSC), que esperava continuar na cadeira de vereador até abril de 2012.
Aceito
A jornalista Lídia Moura, presidente do PMN estadual, aceitou o convite do prefeito Veneziano Vital do Rêgo e assumirá a Coordenação de Assuntos Políticos da PMCG.
Conversas
O empresário José Artur Almeida viajou ontem para a Capital, onde teria reuniões com o comando do Sindifisco e o secretário interino da Receita estadual, Luzemar Martins.
Mediação
José Artur, que é presidente da Federação das CDL’s da Paraíba, se propôs a atuar como mediador entre Sindifisco e Estado para tentar por fim à greve que já dura um mês e meio.
Publicado no DB de hoje
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